Marcelo Góes Tavares

MARCELO GOES TAVARES

       Doutor em História pela Universidade Federal de Pernambuco - UFPE (2016), Mestre em História Cultural pela Universidade de Brasília - UnB (2005) e graduado em História pela Universidade Federal de Alagoas - UFAL (2003). É docente em Alagoas, lotado no curso de História da Universidade Estadual de Alagoas - UNEAL / Campus III - Palmeira dos Índios. Nesse mesmo curso e campus, coordena o Laboratório de História, Memória e Política (LAHMP). É membro do Núcleo de Estudos Estratégicos, Políticos e Filosóficos (NEPEF / UNEAL) e Laboratório de História e Memória / TRT 6ª Região (LAHM / UFPE). No campo da História atua com estudos e pesquisas sobre Política, Trabalho, Memória, Cultura e Poder, com ênfase principalmente em História do Brasil Republicano, História Política, Trabalho e Trabalhadores, Vilas Operárias, Justiça do Trabalho, Patrimônio, Imagem, Imprensa e Oralidade.

 Lattes: http://lattes.cnpq.br/2926035020378320

Linha de pesquisa: Culturas Políticas, Representações, Discursos e Narrativas.

Temáticas de orientação:História política, Memorias, Imagens e Fotografia, Historia Oral e Oralidades, Trabalho, Poder, Autoritarismo e violência, Brasil Republicano, Alagoss Republicana, Lutas politicas, Operários(as), Indústria Têxtil, Trabalhadores(as) e Justiça do Trabalho.

E-mail: marcelo.tavares@uneal.edu.br 

Projetos de pesquisa em andamento:

1.A presença negra e feminina na formação operária em Alagoas: História, memória e narrativas visuais

Este projeto propõe uma investigação historiográfica sobre a formação operária em Alagoas, tomando como foco central, a presença negra, afrodescendente e feminina. Trata-se de um estudo que transitará nas fronteiras entre história do trabalho, etnicidade, gênero e fotografia. Pretende-se abordar as narrativas visuais produzidas em Alagoas entre o final do século XIX e as primeiras décadas do século XX, período de significativas mudanças no desenvolvimento capitalista com o surgimento de diversas fábricas têxteis e transição do trabalho escravo para livre. A pesquisa documental será realizada em arquivos alagoanos onde há acervos de fotografias, em especial, o Arquivo Público de Alagoas (APA), Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas (IHGAL), e Museu da Imagem e do Som de Alagoas (MISA). Consideraremos ainda outros arquivos como a Brasiliana Fotográfica (https://brasilianafotografica.bn.gov.br/), entre outras possíveis. Em levantamento documental prévio sobre Alagoas, diversas imagens do início do século XX já foram localizadas. Nessas, observou-se uma presença maior de negros(as), afrodescendentes e mulheres nas fábricas têxteis, fato que nos aponta indícios de uma formação operária diferenciada. Essas imagens e demais que serão localizadas durante a pesquisa serão analisadas com outras fontes, como relatórios de fábricas e almanaques. Nossa pesquisa percorrerá, no campo da história, trilhas metodológicas sobre memória (Benjamin, 1996, e Paul Ricouer, 2007), estudos decoloniais de memória (Seligmann-Silva, 2022 e 2023), interseccionalidades (Silva, Silva e Rodríguez, 2020) e narrativas visuais (Kossoy, 2014; Ranciére, 2018 e 2012; Sontag, 2004; Troncoso, 2022). Palavras-chave: História; Memória; Formação Operária; Etnicidade; Gênero; Imagens.

2.TRABALHADORES E POLÍTICA EM ALAGOAS: As lutas por direitos durante o Governo Luiz Cavalcante (1961-1966)

Este projeto propõe uma investigação historiográfica sobre as lutas políticas de trabalhadores em Alagoas durante o Governo Luiz Cavalcante entre 1961 a 1966. Trata-se de um período marcado por intensas lutas políticas. Destacamos diversos fatores desse período, tais como as disputas entre grupos de poder trabalhistas / progressitas e conservadores, ações e engajamento de trabalhadores com seus sindicatos por ampliação de direitos e melhores condições de vida e trabalho, tentativas de modernização econômica, superação de crise inflacionária, a Guerra Fria influenciando o cenário nacional e estadual, e radicalismos. Como efeito dessas lutas, observamos a violência como prática e recurso presente na cultura política, expressando-se por múltiplas formas de repressão política, entre as quais, perseguições, expurgos e prisões de trabalhadores e sindicalistas, sobretudo com o Golpe Civil Militar de 1964 e os momentos iniciais de formação do regime autoritário e militar. Este projeto pretende então investigar e historiscizar as lutas políticas dos trabalhadores alagoanos nesse cenário. Como corpus documental, pretende-se analisar jornais, imagens, processos trabalhistas, documentos de órgãos repressores do Estado, entre outras fontes do período disponíveis no Arquivo Público Alagoano APA, no Memorial Pontes de Miranda, e acervos digitais como a base Brasil Nunca Mais. Entre os principais aportes historiográficos na pesquisa, destacam-se Angela de Castro Gomes, Jorge Ferreira, Daniel Aarão Reis, Douglas Apratto Tenório e Marcelo Tavares. Quanto aos aportes teóricos-metodológicos, destacam-se Walter Benjamin, Paul Ricouer, Michel de Certeau, Reinhart Koselleck, Michel Foucault e René Rémond.

3.Histórias e Memórias da Ditadura (Alagoas, 1964-1985): Estudo e mapeamento de acervos e fontes documentais

Este projeto propõe uma investigação historiográfica sobre a Ditadura Militar vigente no Brasil entre 1964 e 1985, evidenciando a experiência ditatorial em Alagoas com suas histórias e memórias. Essa investigação se dará a partir do tripé entre pesquisa bibliográfica, pesquisa documental e estudos de casos. A primeira contemplará uma revisão historiográfica sistemática sobre a Ditadura no Brasil e em Alagoas. A segunda se dará pela busca, identificação e mapeamento de fontes históricas disponíveis no Arquivo Público Alagoano (APA) e nas bases digitais do Brasil Nunca Mais (BNM), Sistema de Informações do Arquivo Nacional (SIAN) e Brown Digital Repository da Universidade Brown nos EUA. Tratam-se de acervos fundamentais para pesquisas sobre a Ditadura no Brasil e onde é possível encontrar variada documentação sobre Alagoas. O terceiro, que abrange os estudos de caso, decorrerá da articulação entre os dois tipos de pesquisas anteriores, consistindo na escrita de narrativas sobre experiências históricas, individuais e/ou coletivas durante a Ditadura, sejam por ação repressora do Estado e/ou de sujeitos e movimentos sociais que resistiram, aderiram ou sofreram violação de direitos fundamentais. Este projeto pretende então culminar, como resultado, em histórias e memórias da ditadura brasileira em Alagoas. Entre os principais aportes historiográficos iniciais para a pesquisa, destacam-se Jorge Ferreira, Daniel Aarão Reis, Rodrigo Patto Sá Motta, René Dreifuss e Marcelo Tavares. Quanto aos aportes teóricos-metodológicos, destacam-se Walter Benjamin, Paul Ricouer, Michel de Certeau, Reinhart Koselleck, Michel Foucault e René Rémond. Palavras - chave: História; Memória, Ditadura, Alagoas.