Estudate do COS é escolhida para lançar livro infantil
Resultado foi divulgado durante solenidade da VI Bienal Internacional do Livro de Alagoas
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Madysson Weslley
Escrever histórias para criança não é tarefa fácil. O Público mirim é exigente e quando não gosta de um assunto perde logo a paciência e demonstra insatisfação. Mas se elas são bem contadas e vêm acompanhas de desenhos ou ilustrações é provável que agrade. A estudante do sétimo período de jornalismo da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), Renata Ramires Baracho, resolveu encarar o desafio de escrever para o público infantil.
No último sábado (26), ela recebeu a notícia que havia sido uma das cinco escolhidas para publicar sua obra através de livro pela editora da Impressa Oficial Graciliano Ramos. O resultado do edital foi anunciado na VI Bienal Internacional do Livro de Alagoas, que acontece no Centro Cultural e de Exposições Ruth Cardoso, desde sexta-feira (25) e vai até o próximo domingo (03). “Eu não pude estar presente no momento do anúncio, mas uma amiga me ligou dando a notícia e eu fiquei feliz demais. E tem sido muito bom receber o apoio de amigos e familiares, parabenizando e dando força”, declara a estudante Renata Baracho.
O fato de Renata ter sido uma das cinco escolhidas para lançar o livro, entre os quinze autores que enviaram suas histórias, mostra que a estudante tem talento, embora, antes, nunca tenha tido desejo de escrever um livro. “Nunca foi meu objetivo de vida. Mas, desde quando comecei a me interessar pela literatura infantil e perceber que algumas histórias são muito pobres quanto ao conteúdo surgiu em mim essa inquietação de escrever para tentar contribuir com a mudança do que eu enxerguei como problema”, explica.
A terceira edição dos livros está prevista para ser lançada no primeiro semestre do ano que vem. No entanto, o mês de lançamento ainda não foi definido. Renata adianta um pouco do que vai tratar na história. “Eu me inspirei a partir de uma das rendas do artesanato alagoano. Assim como muita gente, eu não conhecia este tipo de artesanato. Um amigo me apresentou a Singeleza. Achei lindíssimo. O nome da renda e a simplicidade dela. Isso ficou na minha mente e, quando resolvi pensar em algo para participar do edital, surgiu a ideia de personificar as rendas do artesanato alagoano, transformando-as nas personagens da minha história. O livro trata do que acontece quando falta Singeleza na vida”, resume Renata.
Agora, após a seleção das cinco histórias que vão estampar os livros, vem a fase de escolha dos ilustradores das obras. “Serão analisados diversos trabalhos para que sejam escolhidos os responsáveis pelas ilustrações. Vamos ver quem melhor se adéqua às histórias. Os profissionais terão um tempo para conhecê-las e pesquisar sobre o que vão ilustrar e só depois disso é que os livros são finalizados”, explica a coordenadora editorial da Imprensa Oficial, Janayna Ávila.
Coleção Coco de Roda
A coleção é destinada a livros com temáticas infantis. No edital do concurso das obras que serão selecionadas é proposto aos autores que desenvolvam temáticas relacionadas ao folclore, à história e a cultura de Alagoas, por exemplo. Tudo voltado para as crianças.
Os livros são repletos de ilustrações. Coloridos, incitam à imaginação da criançada. Dessa maneira, os pequenos passam a conhecer de maneira lúdica e divertida as histórias do nosso estado.
Para Janayna Ávila, a coleção Coco de Roda é o carro-chefe da editora, “Nossa ideia é investir ainda mais nesta coleção. Nós temos uma parceria com o grupo teatral Companhia do Chapéu. Eles encenam as histórias que são contadas nos livros em diversos eventos. Durante a Bienal eles se apresentam pela manhã e pela tarde e o espaço está sempre cheio de crianças”, conta.
A coordenadora editorial da Imprensa Oficial tem uma explicação para o sucesso dos livros. “A literatura infantil ainda é pouco explorada no estado, por isso resolvemos abrir este edital. O resultado agradou. Os livros são lindos, as histórias são bem escritas e o colorido das páginas impressiona. São obras levadas não só para casa, mas também para as salas de aula. Muitas escolas de Maceió adquirem os livros para trabalhar com eles”, diz.
Obras lançadas
A Imprensa Oficial já lançou dez histórias infantis que fazem parte da coleção Coco de Roda. Na edição lançada este ano, outra aluna de jornalismo da Ufal, Maryana Damasceno, também teve sua história publicada. Os alunos Thiago Oliveira e Herbert Loureiro, também estudantes de jornalismo da Ufal, participaram como ilustradores de dois livros das edições anteriores da coleção.
As cinco primeiras obras foram: O Segredo do Rio Mundaú (Autoria: Sarah Albuquerque/Ilustração: Bruno Clériston), Pescando histórias à beira-mar (Autoria: Daniel Libardi e Adélia Souto/Ilustração: Emanoel Melo), Upiara (Autoria: Eliana Maria/Ilustração: Estúdio Alba), O baile das meninas (Geisa Andrade/Ilustração: Thiago Oli) e O que só as minhocas podem ver (Autoria: Luana Teixeira/Ilustração: Chris K).
Na segunda vez que a coleção foi lançada, mais cinco obras foram publicadas. O cavaleiro encarnado e a flor da Craibeira (autoria: Tiago Amaral/ilustração: Estúdio Zeropixel), Embolados (Autoria: Nivaldo Vasconcelos/Ilustração: Herbert Loureiro), Madá e o Jegue cantador (Autoria: Thalles Gomes/Ilustração: Robson Araújo), O marinheirinho do Pontal (Autoria: Maryana Damasceno/Ilustração: Thiago Oli) e A menina de barro (Autoria: Gianinna Bernardes/Ilustração: Pablo Perez Sanches).