Apresentação

O Curso de Jornalismo tem seus precedentes na criação do Curso de Comunicação Social (COS) em 1978. A fundação do COS surgiu a partir dos esforços da comissão formada pelo professor Salomão de Barros Filho, primeiro coordenador do curso, e os jornalistas Aldo Ivo, Freitas Neto, Dênis Agra e Luiz Plácido Tojal. O projeto de criação do Curso foi encomendado pelo Reitor Manoel Ramalho de Azevedo ao professor Carlos Alberto Sarmento Cavalcanti Gusmão. A Reitoria resolveu iniciar a criação do novo curso após reivindicações do Sindicato de Jornalismo e da Associação Brasileira de Relações Públicas (ABRP), Secção de Alagoas, ambas lideradas pelos profissionais citados.

O COS começou com as habilitações de Jornalismo e Relações Públicas. Como a maioria das novas atividades acadêmicas, sustentava grandes problemas de infraestrutura e no corpo docente, visto que, aqueles que, boa parte daqueles que fomentaram a fundação não poderiam assumir como professores por não terem formação na área. Como paliativo, eles foram apenas provisionados.

No momento de sua fundação, o curso contava com apenas um professor concursado, Aluízio Ferreira da Silva. Na sequência, Luiz Plácido Tojal, por ter se formado em Direito, concorreu e ganhou à cadeira de professor de direito da comunicação.

O primeiro vestibular foi realizado em 1979. No segundo semestre do mesmo ano, houve o ingresso da primeira turma. A primeira formatura da habilitação em jornalismo aconteceu em 1983, contando com apenas uma formanda, a jornalista Zélia Cavalcanti, que veio transferida de outra universidade e concluiu o curso antes dos demais alunos. Seu TCC foi sobre Jornalismo Policial, orientando pelo professor Almir Guilhermino. Já na habilitação em Relações Públicas, a primeira formada foi Sonia Calazans.

Em 1983, também foi realizada a primeira eleição para a chefia de departamento e coordenação uma vez que, embora já existissem os cargos anteriormente, este era o primeiro pleito com consulta à comunidade acadêmica (um dos primeiros do país em uma instituição de ensino superior federal). Os eleitos foram o professor Almir Gulhermino, para chefia de departamento, e o professor Carlos de Gusmão, para a coordenação do curso.

 

Estrutura física, mobilização e o reconhecimento do MEC

No início, o antigo Curso de Comunicação Social funcionava nas dependências do antigo Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes (CHLA), atual Instituto de Ciências Humanas, Comunicação e Artes (ICHCA) e não possuía salas de aula próprias do Curso. Aos poucos, o COS foi adquirindo estrutura própria como uma sala para coordenação, outra para biblioteca setorial, hemeroteca e banco de dados, além de outra sala de aula que funcionava como depósito para materiais e equipamentos, que devido à falta de espaço físico, não podiam ser utilizados. Em 1986, a coordenação do COS, alunos e professores se uniram para obter o reconhecimento do MEC. O professor Fernando Gama, na época pró-reitor também ajudou o grupo a elaborar um Plano Pedagógico e criar o Departamento de Comunicação (Decos).

Neste mesmo momento, em que o curso obteve o reconhecimento, houve mobilizações e pressões e junto à reitoria para a obtenção de melhor infraestrutura. Os alunos invadiram o local onde, naquele tempo, deveria funcionar parte das instalações laboratoriais do Curso de Zootecnia. Após a tomada do prédio, professores e alunos limparam as salas, mas o COS permaneceu desocupado por certo tempo, devido à falta de mobiliário e equipamentos, que só chegaram posteriormente. No primeiro projeto pedagógico já era demostrada a intenção de se construir um novo prédio idêntico e paralelo ao atual, que no futuro, foi ligado ao primeiro bloco através do corredor hoje existente, formando assim, a plana que hoje prevalece no formato da letra “H”.

 

Nova fase: bacharelado específico

De 1978 até 2014, o curso de Jornalismo esteve estruturado como uma habilitação da Comunicação Social. Este modelo foi preponderante em quase todo o país até a segunda década deste século. Significava dizer que, na Ufal, formava-se até então bacharéis em Comunicação Social, podendo ser habilitados para o Jornalismo ou para Relações Públicas. Em outras universidades havia ainda habilitações como Publicidade, Rádio e TV etc. A partir de 2013, as novas Diretrizes Nacionais Curriculares para Jornalismo estipularam que o  Jornalismo deveria não mais compor-se como uma habilitação e sim um bacharelado específico. Diante disso, o novo Projeto Pedagógico incorporou tal diretriz criando assim o curso Jornalismo Bacharelado. Esta mudança significou uma reforma profunda na estrutura curricular , coordenada pelo prof. Sivaldo Pereira da Silva, que passou a dar maior ênfase às disciplinas e temas específicas do Jornalismo, ainda que se preserve os conteúdos da comunicação social como área de fundo e não mais como uma área fim.

Neste novo cenário, o Curso de Jornalismo almeja alinhar pesquisa, teoria, ética, técnica e boa prática profissional contribuindo para a qualificação desta área, hoje fundamental para o desenvolvimento humano, para a justiça social e  para a garantia das liberdades políticas no mundo contemporâneo.  

 

* Texto sobre a história do Curso construído a partir de entrevistas e consulta bibliográficas em Moraes e Macedo (2013).