Tiago Nogueira foi o segundo convidado do I Ciclo de Coletivas de Imprensa COS/ Ufal. Formado pela Ufal em 2011, o jornalista é hoje gerente de projetos de uma das agências pioneiras nesta área em Alagoas (a Plus), já foi analista de comunicação e marketing da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e trabalha há oito anos com mídias sociais. Ele dialogou com os estudantes no Laboratório de Informática e Comunicação do COS, na tarde da última quinta-feira (21/02), dentro da programação aberta ao público da disciplina Assessoria de Comunicação, ministrada pela professora Andréa Moreira e promovida pelos estudantes do 7º Período de Jornalismo e Relações Públicas, matriculados na disciplina.

O jornalista contou que sua entrada neste campo das mídias sociais foi uma “uma aposta, um investimento”. Em paralelo ao curso de Jornalismo, ele aprendeu e passou a ensinar web design. Foi estagiário de uma das maiores agências de publicidade locais (na época) - a Núcleo Zero - e, no ano passado, passou um período de aperfeiçoamento em São Paulo. Tiago chamou a atenção para a necessidade de compreender o ambiente virtual não se restringe às Redes, nem mesmo à Assessoria de Imprensa e Comunicação por meio da Internet, mas engloba Jogos Sociais, Publicações, Listas de Discussão, Mundos Virtuais, Lifestreams, Microblogs, entre outros segmentos.

Vantagens - “A primeira preocupação nossa é estudar a marca e as características do cliente para definir a mídia social a ser explorada”, explicou o jornalista. Quanto à utilização desse recurso para promover ideias, produtos, empresas, serviços e pessoas, Tiago só vê vantagens: o ambiente é gratuito, acessado por um em cada três brasileiros e com a possibilidade de atingir públicos específicos, entre outras características. “As instituições públicas, por exemplo, poderiam se beneficiar muito do monitoramento de para melhorar os serviços e direcionar melhor os recursos”, exemplificou.

Segundo o gerente de projetos da Plus, as entidades têm utilizado as mídias sociais com grande competência e ele citou o exemplo local do Núcleo de Educação Ambiental Francisco de Assis (NEAFA) que vem promovendo campanhas de adoção de animais pela internet. No ambiente corporativo, Tiago Nogueira afirmou que “praticamente toda empresa já está nas mídias sociais seja direta, indireta ou informalmente, citadas nas trocas entre os internautas, portanto, gerenciar e monitorar esta presença ou das tendências e perfis ligados à sua área de negócios é fundamental”.

Monitoramento - Para o jornalista, a política é outra área que requer uma forte atuação nas redes sociais. Nas últimas eleições, a Plus trabalhou com monitoramento do voto na campanha vitoriosa do prefeito Rui Palmeira (PSDB). A agência utiliza uma plataforma líder nas redes sociais, a SCUP. “Fornecemos os parâmetros, essa ferramenta captura o que é desejado, fornece gráficos e percentuais: é razoavelmente simples e muito caro também”, explicou. Para lidar com essas e outras ferramentas, Tiago Nogueira sugeriu capacitação permanente e foi taxativo em relação às características essenciais para trabalhar nessa área: domínio da linguagem, proatividade, foco, disciplina.

“Hoje, mais de 83 milhões de brasileiros já acessam a internet e a perspectiva é de que, em 15 anos, todas as residências no Brasil já contem com esse recurso, logo, esta é uma área que está crescendo e pode absorver mão de obra de diversas áreas da Comunicação, como também de TI”, antecipou o gerente de projetos. Tiago Nogueira disse que recebe 20 a 30 currículos por mês de pessoas interessadas em trabalhar com as mídias sociais, mas avalia que nem todos tem o preparo necessário para se manterem no mercado. “É muito comum improvisos, amadorismo nessa área, mas somente os bons profissionais permanecerão no final”, previu.

Na próxima quinta-feira, às 14h30, no Lincs 1, no COS, o I Ciclo de Coletivas abordará o tema Media Training: técnicas para aperfeiçoar o desempenho do assessorado no trato com a mídia.