Curso de Comunicação será dividido em dois: Jornalismo e Relações Públicas

Divisão visa dar mais especificidade e autonomia para os cursos

27/10/2014 18h55 - Atualizado em 18/10/2022 às 08h15

 

Por Paula Nunes

Estudante de Jornalismo


O Curso de Comunicação Social (COS) da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) será dividido em dois: Jornalismo e Relações Públicas. A medida é uma exigência do Ministério da Educação (MEC) e vale para todo país. O objetivo é fortalecer os cursos e torná-los mais concentrados em suas especialidades. 

O documento do MEC que estipula o desacoplamento são as Diretrizes Nacionais Curriculares de ambos os Cursos, publicadas no ano passado. O intuito é dar mais especificidade às duas graduações e maior autonomia. A nova norma mexe na estrutura do antigo Curso de Comunicação Social:  será necessária eleição de dois colegiados (um para cada curso) com dois coordenadores, além de secretarias. 

Atualmente, o COS tem uma coordenação temporária composta por duas professoras, Lídia Ramires de Jornalismo e Mirtes Torres de Relações Públicas. Ambas ficarão no posto até a eleição dos dois novos colegiados com chapas que foram inscritas semana passada. Segundo Ramires, o COS está se adequando à essa nova realidade. Ela explica que deixam de existir um curso com duas habilitações e passa a haver dois cursos distintos. "O que vale lembrar é que os discentes [alunos] escolhem o curso quando se submetem ao processo seletivo que é submetido, neste caso, mais recentemente, o Enem [Exame Nacional do Ensino Médio]”, afirma.

De cordo com a professora de Relações Públicas Leneide Petta os cursos já estão, na prática, separados pela Ufal desde o ano de 2008. Ela explica que, na Pró-reitoria de Graduação (Prograd) da universidade, esta separação é uma questão antiga. “Não tenho muita certeza se essa medida beneficiará os Relações Públicas, mas é bom tentarmos o novo, tudo vai depender de um colegiado forte e com forças para buscar as melhores condições de trabalho, com mais professores, um mestrado na área, e até implantar um novo currículo”, disse.

Para o professor de jornalismo Sivaldo Pereira, que coordenou a elaboração do novo Projeto Pedagógico de Jornalismo, a divisão é saudável e ocorre sem tensões. Ao mesmo tempo, chama a atenção para a necessidade de integração. "Os dois cursos continuarão a compartilhar professores e laboratórios e também os problemas. Isso é mais que natural pois continuam fazendo parte de uma mesma área. A separação não é litigiosa e os dois cursos precisarão integrar-se, inclusive visando a futura criação de uma unidade, como um Instituto de Comunicação", ressalta. Ele explicou também que a divisão ocorre para corrigir uma distorção que é confundir a área de estudos com a formação profissional, como ocorria. "O entendimento que se tem nas novas Diretrizes do MEC é que não existe a formação bacharelado em Saúde. Existe formação em nutrição, medicina, biologia, fisioterapia... Todas possuem uma base comum: as ciências da Saúde. Da mesma forma, devemos ver a Comunicação Social como esta base comum de onde Jornalismo e Relações públicas estão assentados, sem perder suas especificidades. Não por acaso, nos novos projetos pedagógicos estão previstas disciplinas de tronco comum", complementa. 

Além da existência de dois Colegiados constituídos, os cursos precisarão ter dois Projetos Pedagógicos específicos. O documento de Jornalismo foi aprovado e teve parecer positivo da Pró-Reitoria de Graduação (Prograd). Será homologado nesta semana durante a reunião ordinária do Conselho do ICHCA e em novembro entrará na pauta do Conselho Universitário (Consuni) para formalização final.

Já o Projeto Pedagógico de Relações Públicas está sendo elaborado e deverá tramitar nas instâncias superiores até o final do ano. Como explica a professora de Relações Públicas Manuella Callou, a reforma curricular de Relações Públicas ocorre de modo a atender as novas diretrizes e modernizar o curso. “Nós, os profissionais de RP [Relações Públicas] queremos mudar as disciplinas para deixar mais de acordo com o que se vive atualmente, a questão das mídias sociais, a identidade e a cultura educacional, serão diversas mudanças devido à importância das disciplinas, a partir do que está acontecendo em outras universidades do país, para a melhoria ser positiva para os alunos e para o curso”, concluiu a professora.

As novas grades curriculares entrarão em vigor em 2015.2. A partir desta data, a Ufal não formará mais "bachareis em Comunicação Social" e sim, bachareis em Relações Públicas e bachareis em Jornalismo.