Estudantes de todo país apresentam trabalhos no Enecom

Artigos, relatos de pesquisa e extensão, além de exposições fotográficas e esculturas fizeram parte das atividades do Encontro

28/07/2014 17h20 - Atualizado em 18/10/2022 às 08h15

Por João Paulo Macena

Estudante de Jornalismo

 

Na última quarta-feira (23), estudantes de comunicação de todo o país apresentaram  trabalhos no Simpósio de Pesquisa em Comunicação Social (Simpecos) e no Artcom (Exposição de Artes). Os eventos fizeram parte do Encontro Nacional dos Estudantes de Comunicação Social (Enecom) que este ano foi sediado em Maceió. No simpósio, os estudantes mostraram seus estudos acadêmicos, artigos, relatos de pesquisa e extensão. Já no Artcom, os encontristas realizaram mostras de fotografias, esculturas, desenhos e outras produções.

Ao todo, foram aprovados 23 trabalhos no Simpecos e mais 23 no Artcom. Entre eles a escultura Rádio Livre de Kadu Barros, aluno da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A obra retrata um “monstro andrógeno” acorrentado a destroços de diversas formas de mídia como disquetes, fitas VHS, Cds, além de placas de rede de silício. E o ensaio fotográfico A Pesca em Itacaré de Nátali Helen Santos Mendes, aluna da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), em Ilhéus na Bahia.

Entre os 23 trabalhos do Simpecos, estiveram Análise de cordéis enquanto instrumento de comunicação e formação de uma perspectiva feminista de Rosana Costa e Pablo Costa, ambos da Universidade Federal do Ceará (UFC). O estudo retrata as peculiaridades da literatura de cordel como a desigualdade de gênero e o patriarcado. Outra apresentação foi o do trabalho de conclusão de curso (TCC) intitulado Análise preliminar do crack nas páginas dos diários alagoanos de Railton Teixeira, jornalista recém-formado no Centro Universitário Cesmac. A pesquisa de Railton é uma investigação preliminar sobre o crack em Alagoas.

Durante a apresentação, Railton Teixeira mostrou recortes de dois jornais de grande circulação em Alagoas onde são retratadas manchetes que envolvem usuários, crimes e problemas ao redor da droga. O jornalista fez a análise das matérias por uma perspectiva marxista, falando desde a origem do crack, até chegar às páginas dos jornais alagoanos. “Por que não estudar o que está por trás do crack? Seria o crack apenas questão de saúde pública? O que existe atualmente é um mercado. O mercado da morte feito em cima de genocídios dos pobres” pontuou.

Gustavo Marinho, membro da Comissão organizadora do Enecom, falou durante o Simpecos e Artcom sobre a importância de um espaço para mostrar as pesquisas feitas em outros estados. “A grande quantidade de trabalhos inscritos, mostra que não somos apenas um grupo de malucos de todo o Brasil. Também mostramos os resultados dos nossos estudos” afirmou.

Rayssa Dias, aluna do 5º período do curso de jornalismo da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), afirma que as apresentações dos painéis e dos trabalhos do Simpecos e Artcom são importantes para atualizar as discussões e conhecer quais os assuntos em pauta em outras universidades do Brasil. “É difícil saber o que está em debate no norte do país, no sul. E o Enecom contribui para definirmos que o é importante pra gente, o que tá faltando e o que vamos complementar no nosso curso. Estou gostando de desfrutar de um espaço que é difícil de ser construir dentro das universidades” concluiu.