O Projeto Olhar Circular é fruto da parceria entre o Instituto Oi Futuro e os Saudáveis Subversivos, um grupo que produz audiovisuais e arte-mídias em Maceió. Com mais de R$ 150 mil angariados até então, Olhar Circular é uma ferramenta aberta que procura soluções criativas e replicáveis para a inclusão digital e a produção de conteúdo multimídia em comunidades de Alagoas com baixo índice de desenvolvimento humano.
Glauber Xavier, idealizador do projeto, conta que o início dessa idéia foi o Teatro Cine Kombi, que circulava levando sessões de cinema e artes cênicas para comunidades com pouco acesso a esses bens culturais. O projeto foi um dos dez contemplados entre mais de 700 inscritos para o projeto Novos Brasis 2007, do Instituto Oi Futuro, que não é apenas financiador, segundo Glauber, mas parceiro ativo que apóia iniciativas com foco em tecnologias da informação.
Um laboratório itinerante de produção multimídia foi construído num trailer. Depois das aulas, todos os equipamentos de captação e edição ficam com a comunidade, para dar continuidade às produções locais. A idéia é passar nove meses na comunidade com 24 jovens de 16 a 21 anos, todos matriculados no ensino médio da rede pública ou formados há menos de dois anos. O foco é a produção de documentários, realizados em duplas pelos alunos. Durante o processo eles terão aulas de todas as ferramentas necessárias para produção e publicação audiovisual na internet, edição de texto, fotografia, captação de imagem e áudio, elaboração de projetos, além de palestras, mostras de documentários e sessões de cinema nas noites de sexta-feira.
As atividades foram iniciadas em Marechal Deodoro no início de abril. Glauber explica que esse município foi o escolhido para a primeira edição do projeto pela quantidade de jovens em situação de vulnerabilidade, entrando no mercado de trabalho sem perspectiva. A empresária paulista Adriana Franco, que há 3 anos montou a pousada Capitães de Areia na Praia do Francês, menciona a dificuldade em achar mão-de-obra qualificada na região: “Precisávamos de pessoas que soubessem operar sistemas digitais, pois toda a rede da pousada é digitalizada, mas muitos dos entrevistados não sabiam ler nem escrever”.
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