Pergunte a um estudante universitário o que significa a maçonaria. Pode ser que, por algum acaso em sua vida pessoal ele saiba, mas a maioria ainda é alheia a este assunto. A maçonaria é uma instituição filosófica, filantrópica, educativa e progressista muito antiga e, mesmo assim, pouco conhecida no mundo.
O nome maçonaria provém do inglês mansory, que significa alvenaria, e o nome maçom provém de mason, pedreiro. A origem da maçonaria está ligada às lendas de Ísis e Osíris, do Egito; ao culto a Mitra, da ordem dos templários e a Fraternidade Rosa Cruz, vindo a ser fundada em 24 de junho de 1717 em Londres. No Brasil, a Maçonaria teve início em 1822, quando D. Pedro foi nomeado o primeiro grão-mestre.
Confundida por muitos como uma religião e considerada por alguns como satânica, a maçonaria nada mais é do que uma associação de caráter universal, cujos membros, formados apenas por homens, cultivam a liberdade, igualdade e fraternidade – pelo menos é assim que seus integrantes a definem.
A maçonaria universal transmite seus ensinamentos através de um sistema de três graus, ordenados em aprendiz, companheiro e mestres, cujo acesso é obtido por meio de uma iniciação a cada grau e os ensinamentos são transmitidos através de procedimentos ritualísticos.
Os rituais são diferentes para cada grau de maçom e tratam dos métodos de trabalho ou de funcionamento de uma loja. Um maçom que seja aprendiz não pode participar de um ritual de maçons mestres.
Os maçons reúnem-se nas oficinas de trabalho, ou lojas, como são chamadas, para discussão de diversos assuntos cotidianos, de cunho tanto social quanto político. Cada loja maçônica é composta pelo venerável mestre ou presidente que orienta as sessões, por dois vigilantes, um orador, um secretário, um mestre de cerimônias e um tesoureiro, cada um com sua determinada função.
O Estado de Alagoas possui apenas duas lojas maçônicas, uma em Arapiraca e outra em Maceió. Em Maceió ela possui o nome de Grande Loja Maçônica do Estado de Alagoas (Glomeal) fundada em 21 de Abril de 1959, e composta pelas lojas Paz e Progresso III, Amor e Justiça e Amor e Progresso.
MAÇOM PARA SEMPRE – O professor de sociologia jurídica e comerciante de medicamentos Ivanildo Marinho, grão-mestre da Glomeal, explicou que, para ser maçom, o interessado precisa ser convidado por alguém que lhe conheça e que já o seja. Uma pessoa pode não participar das reuniões, porém ela nunca deixa de ser maçom.
A maçonaria possui também as festas, sendo a Festa Branca aberta ao público em geral, e as Festas Cívicas, que patrocinam debates e conferências sobre os vultos históricos do País. Autoridades não-maçônicas participam como convidados dessas festividades. São realizadas também palestras nessas festas. A última delas foi sobre a Amazônia. Segundo Ivanildo Marinho, o sentimento de patriotismo é demasiadamente forte nos maçons, daí os temas das palestras serem sempre do interesse nacional.
Seus ideais de fraternidade levam os maçons a realizarem trabalhos sociais, como, por exemplo, festas de Dia das Crianças para crianças carentes. Porém, esses trabalhos geralmente são pouco divulgados, pois, segundo o professor Ivanildo, a maçonaria trabalha nos “bastidores”.
As mulheres dos maçons também participam da organização dos trabalhos sociais, são as damas da fraternidade. Há também ensinamentos, provenientes dos Estados Unidos, para meninas e meninos filhos de maçons de 10 a 20 anos, denominados as “Filhas de Jô” e os “Jacques De Molay” respectivamente. Porém, apenas na França as mulheres podem participar da associação.
A instituição permite que seus membros sigam qualquer religião, daí a idéia de liberdade e igualdade, tendo apenas como princípio acreditar numa força maior, visando o melhoramento de suas virtudes, o progresso sempre. Ou seja, apenas os ateus não são permitidos em uma instituição maçônica.
Sobre a relação com a Igreja Católica atualmente, o grão-mestre da Glomeal explica que, na época da divisão do Império Romano, a maçonaria e a Igreja entraram em discordância, porém, hoje em dia, mais de 90% dos maçons são católicos. Um dos exemplos dado por ele e o do bispo da Igreja Católica do Brasil Dom Fernando Pugliese, que é maçom.