:: Projeto de Extensão Coordenado pelos professores e jornalistas
:: Erico Abreu (MTb 354-AL) e Francisco de Freitas





De:
Por:
Clique para fazer a busca!
MENU
 

Universidade Federal de Alagoas - UFAL
 

12/12/2007
Educação
Entrevista equivocada da reitora deixa jornalistas mal informados

Na coletiva, em vez de esclarecer as agressões sofridas por estudantes, Ana Dayse preferiu destacar supostos benefícios do Reuni

Por Fernanda Café & Victor Guerra

Em entrevista coletiva concedida à imprensa na manhã de ontem (terça-feira, 11), a reitora da Universidade Federal de Alagoas, Ana Dayse Dórea – que deveria esclarecer a sociedade sobre os fatos da tarde anterior, quando seguranças terceirizados agrediram fisicamente estudantes e professores que reivindicavam um debate mais amplo sobre o Reuni –, acabou colocando em foco os supostos benefícios que o programa do Governo federal traria para a universidade.

Coordenada pela Assessoria de Comunicação da Ufal, a coletiva durou cerca de 30 minutos e, com as insuficientes e superficiais respostas, os repórteres saíram com informações ainda mais deturpadas sobre o ocorrido. Apesar dessa equipe de reportagem estar no local representando a AUN, o tratamento recebido foi intimidador tanto da parte da reitora, quanto de “sua” assessoria, que inclusive, sugeriu que os respectivos jornalistas voltassem para casa.

O sítio virtual Alagoas Agora (www.alagoasagora.com.br) é um reflexo da repercussão que a entrevista coletiva teve na mídia local. “Ana Dayse confirmou que houve agressões físicas contra pró-reitores, professores e técnicos presentes”, afirma a reportagem produzida pelo veículo. Entretanto, apesar de ter confirmado a existência de agressão no Conselho, em nenhum momento Ana Dayse especificou quem foram as vítimas desta. Ao ser indagada se havia sofrido danos pessoais, ela respondeu: “Físicos não, apenas morais.” O que não condiz nem com a verdade, nem com o que foi veiculado pelo sítio.

“Quem sofreu agressão física e até mesmo moral foram os estudantes, já que não tocamos na reitora durante todo o Consuni”, diz Anderson David, estudante do 4º período de Comunicação Social. Não sendo de nenhum grupo ou partido político, o futuro jornalista enfatiza que “os seguranças que deveriam proteger apenas o patrimônio físico da universidade, foram utilizados para agredir fisicamente os estudantes, sem distinção alguma de sexo, quem estivesse entre eles e a reitora era removido à força”.

Segundo Ana Dayse, Anderson e os cerca de cinqüenta estudantes que protestavam no Consuni fazem parte de uma “minoria estudantil partidária, elitista, que não consegue ser eleita para o Diretório Central dos Estudantes”. Declarações como essa, segundo os estudantes, são no mínimo irresponsáveis, e mostram a tamanha falta de conhecimento que a reitora possui sobre o movimento estudantil na Ufal. A Comissão que gere o DCE atualmente é composta por todos os centros e diretórios acadêmicos da universidade, e só foi instituída por causa da falta de comprometimento que a última gestão da entidade (Coração de Estudante) teve em organizar novas eleições.

Na tarde de ontem, pouco antes do fechamento dessa matéria, a Polícia Federal entrou no campus A.C. Simões sob a alegação de que os estudantes em vigília no local estariam “promovendo um quebra-quebra”. O delegado José Roberto interrompeu a assembléia estudantil que acontecia pacificamente no local ao chegar acompanhado de duas viaturas e policiais munidos de armamentos pesados. Após um breve diálogo, a Polícia Federal desfez a barricada dos estudantes e, acompanhado de representantes técnicos e estudantis, fizeram uma vistoria no prédio, confirmando que nada havia sido danificado. Com o próximo Conselho marcado para a segunda-feira, 17 de dezembro, os estudantes prometem continuar na luta apesar das agressões e intimidações.

Clique nas fotos para ampliá-las.

Clique para ampliar Clique para ampliar