Lisboa, Campos do Jordão, Londres ou Gramado. Bagagem pronta, é hora de embarcar para a viagem tão aguardada. A empolgação de realizar um desejo antigo é muito grande. Por isso algumas questões simples, mas que podem fazer toda a diferença, às vezes, são esquecidas. É aí que o descuido pode ser decisivo e desencadear uma série de problemas.

Quem viaja para passear, trabalhar ou a estudo, dificilmente, vai pensar em situações adversas que possam acontecer e atrapalhar os planos. De repente, chegar ao aeroporto e ter a bagagem extraviada, ou até mesmo adoecer em um local onde todas as pessoas são estranhas e não se tem nenhum parente por perto são situações que não fazem parte dos planos, porém podem acontecer.

Para evitar que algo atrapalhe o que se imaginou muito antes de chegar ao destino desejado, uma das soluções é contratar um seguro viagem. Os pacotes variam de acordo com as necessidades do cliente. Uma pessoa que tenha plano de saúde com cobertura nacional pode contratar um serviço mais simples. Já para quem tem um plano estadual a recomendação é solicitar um seguro mais completo.

“As coberturas englobadas dentro dos planos de seguro viagem visam justamente garantir a tranquilidade do viajante. E aí, vão incluídas questões que vão desde o extravio de bagagem, assistência para doença ou acidentes, repatriação, garantia de indenização por morte ou invalidez, até pagamento de fiança”, explica o diretor do Sindicato dos Corretores de Seguro de Alagoas (Sincor/Al), Djaildo Almeida.

A recomendação é sempre pesquisar e entender o que se está contratando para ter a garantia de que a falta de conhecimento não irá atrapalhar na hora de acionar o seguro. Segundo o diretor do Sincor/AL, se de repente o seguro precisar ser utilizado, em casos de doença, por exemplo, o cliente tem duas maneiras de recorrer ao serviço. A primeira é entrar em contato com a central da seguradora, via telefone, e solicitar a ajuda. Neste caso, ele recebe todas as informações de como deve proceder. A segunda é custear os gastos e posteriormente pedir o ressarcimento por meio de notas que comprovem o que foi pago.

Em 2011, a relações públicas, Marília Gabriella Carvalho, fez um intercâmbio para Lisboa. Ela foi obrigada a contratar um seguro. A aquisição é pré-requisito para que o visto seja emitido. É que desde o ano de 1985, por meio do chamado Tratado de Schengen, tornou-se obrigatória a compra de seguro viagem por parte de pessoas que estejam viajando para os países da União Europeia. Atualmente, o valor mínimo da cobertura do seguro para os países da UE corresponde a pouco mais de 88 mil reais.

Gabriella reconhece a importância da contratação. Para ela, foi “uma maneira de me sentir mais segura em um país desconhecido, onde tudo pode acontecer. Se eu tivesse ficado doente, por exemplo, provavelmente eu não teria gasto nenhum centavo para ir a um médico. Tudo seria custeado pelo seguro. Lá na própria agência de intercâmbio eles me sugeriram o pacote, a empresa e acabei contratando. Não me arrependo, mesmo sem ter precisado usá-lo”, diz.

Na hora de contratar o serviço, embora as empresas de viagens já disponibilizem pacotes com o seguro incluso, a recomendação é que se compre apenas o pacote da viagem e que a cobertura seja contratada diretamente com uma seguradora e com um corretor autorizado.

“Às vezes as pessoas não dão à devida importância para a contratação correta deste tipo de serviço e acabam tendo problemas. É preciso ter consciência que a aquisição de um seguro viagem deve ser feita somente através de um profissional especializado, que neste caso é o corretor”, orienta Djaildo Almeida.

AUMENTA BUSCA POR SEGURO VIAGEM

Planejamento e organização são aliados importantes para quem deseja conhecer um destino diferente, seja ele nacional ou internacional. Na hora do levantamento de valores relativos a passagens aéreas e terrestres, hospedagem, alimentação, tudo deve ser levado em conta. Desde a localização do hotel escolhido à distância entre os principais pontos turísticos, por exemplo.

Como reflexo dessas precauções, o investimento em seguro viagem tem aumentado. De acordo com dados repassados pelo Sincor/AL, no Brasil, do início deste ano até o mês de setembro houve um crescimento de 70% na compra de apólices da modalidade, quando comparado ao mesmo período do ano passado. Em Alagoas, até o mês de maio foram vendidos 42 mil reais em seguro viagem. Parece pouco, mas é que a depender do pacote adquirido o valor é bem acessível.

“Tudo depende da necessidade do cliente. Para se ter uma ideia, e por isso volto a dizer que este tipo de serviço nunca é um custo e sim um investimento, há pacotes de seguro viagem, para destinos nacionais que saem por valores entre 2 e 4 reais por dia. Para as viagens internacionais o valor aumenta um pouco. Por dia, existem pacotes que custam de 9 a 25 reais”, informa Djaildo Almeida.

Por experiência própria, Marília Gabriella Carvalho, aconselha o investimento. “No momento que a gente sai da nossa cidade, tem que lembrar que não tem como contar com o suporte de ninguém caso aconteça algo, afinal, estaremos em um lugar estranho. Então, a qualquer momento pode surgir uma eventualidade que comprometa a viagem. Mesmo desembolsando um dinheiro a mais, vale a pena”, finaliza.