:: Projeto de Extensão Coordenado pelos professores e jornalistas
:: Erico Abreu (MTb 354-AL) e Francisco de Freitas





De:
Por:
Clique para fazer a busca!
MENU
 

Universidade Federal de Alagoas - UFAL
 

21/12/2010
Geral
ESPERANÇA E SIMPLICIADE À BEIRA DA LAGOA

Histórias de famílias que vivem em barracos improvisados próximos a Lagoa Mundaú, em Fernão Velho: um cenário belíssimo que esconde muita pobreza, mas também bastante fé em um futuro melhor

Por Karine Amorim, Lidian Lima & Stéfany Caldas

Longe de toda aglomeração da cidade e com ares de zona rural. É assim, com bastante simplicidade, que vivem algumas famílias na região do ABC, vila que está localizada no bairro de Fernão Velho.

São pais e mães de família que vivem às margens da Lagoa Mundaú, de onde tiram seu sustento a partir da pesca e da criação de animais. Moram em barracos improvisados, construídos há pouco menos de um ano, já que a última cheia lhes trouxe prejuízos, obrigando-os a reconstruírem seus lares.

Pessoas que chegaram até o local e ali se estabeleceram por motivos distintos, mas com a convivência diária, aprenderam a se relacionar, e hoje estabelecem relações de cordialidade entre si. Como no caso da Edvânia da Silva, 35 anos, que saiu do Centro de Maceió para a região do ABC, temendo que as más influências do local pudessem interferir na educação de sua filha Fernanda, de 9 anos.

Já Antônio Pereira, 45, e vizinho de Edvânia, afirma que chegou ao local atraído pelas condições favoráveis à criação de animais, ofício de que se ocupa. Além de ser borracheiro, é criador de cavalos, e se diz satisfeito pela existência de água na região, além de encontrar capim, que serve de alimento para o seu animal.

João dos Santos, 48, é o morador mais antigo do ABC, e cujo barraco abriga o maior número de pessoas. Partilha do mesmo ofício de Antônio, criando alguns cavalos, e passa o dia fazendo pequenos serviços manuais e improvisos para melhor acomodação da esposa, dos filhos e netos, além dos bichos que cria.

Desse modo, percebe-se que o lugar, carente de saneamento básico, tratamento de água, eletricidade, assistência médica e outros tantos pré-requisitos necessários para uma vida digna, na visão de seus moradores ganha outra perspectiva.

Edvânia, que veio do Sertão de Pernambuco, acredita que sua atual situação representa uma melhoria na sua condição de vida, comparada à sua família que permaneceu no interior. “Lá é muita fome. Aqui não. Quando você não arranja nada, você pode ir ao mercado e trazer pescoço, pé de galinha e verdura”, diz.

Apesar das condições precárias em que vivem, os moradores não levam a vida com tristeza e nem se sentem fracassados, se consideram, apesar de tudo, satisfeitos com as suas moradias, e apenas acreditam que no futuro estarão vivendo em situações melhores, como Edvânia, que deseja uma casa grande, com vários quartos. Desejo que também é compartilhado pela filha, Fernanda, e outras tantas crianças que fazem parte de sua vizinhança.

Em algumas horas de conversa e visita pelas redondezas, os moradores deixam transparecer seus anseios, desejos, sonhos, esperança e a fé que seguem inabaladas: são sentimentos comuns que permanecem vivos e fortalecem estas pessoas para que elas continuem (sobre) vivendo. Então, é assim, dentro da peculiaridade de cada história, que surge uma força capaz de unir e fazer com que o povo mostre que é possível viver com alegria e simplicidade.

Clique nas fotos para ampliá-las.

Clique para ampliar Clique para ampliar Clique para ampliar Clique para ampliar
Clique para ampliar