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Universidade Federal de Alagoas - UFAL
 

14/12/2010
Cultura
COMPARTILHANDO CONHECIMENTO

Em 27 anos, a Edufal se consolida no mercado editorial brasileiro tornando-se uma editora universitária de prestígio

Por Bruno Albyran

No presente século a informação é algo fundamental na vida das pessoas que desejam acompanhar os avanços do mundo. Foi pensando nisto que o homem desenvolveu plataformas que tornaram possível a divulgação de uma determinada mensagem para um grande número de pessoas simultaneamente. Pode-se dizer que o mercado editorial nasceu junto com a invenção dos tipos móveis de Gutenberg, que possibilitou a maior difusão do livro, algo que se tornaria conhecido como um objeto de série, fazendo com que milhares de pessoas se tornassem leitores e partilhassem um conteúdo, mesmo estando em diferentes lugares.

Pensando na divulgação da produção acadêmica de professores e alunos da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), é que em 5 de outubro de 1983, foi criada a Editora da Universidade Federal de Alagoas (Edufal) com o objetivo de editar trabalhos e publicações de interesse científico.

Na trajetória dos 27 anos de criação, a Edufal contou com a direção dos professores Eduardo Magalhães (1983-1995), Leda Almeida (1995-1998) e Eraldo Ferraz (1999-2003) e desde 2003 encontra-se sob a direção da professora Sheila Diab Maluf. São 7 anos de muito trabalho e dedicação que conferiram à editora um alto nível de compromisso e competência no meio editorial nacional. Os números apontam um crescimento considerável nestes 27 anos de existência e conforme declaração da diretora, o número de livros publicados aumentou, assim como o quantitativo de vendas.

“Quando assumimos, em 2003, a Edufal vendia 4.000 livros por ano, e hoje estamos vendendo 13.000, embora nossa meta para fechar o ano de 2010 seja ainda maior do que esse número, além disso, a editora produziu nos seus primeiros 20 anos 239 títulos, e nos últimos sete anos 358”, declara Sheila.

Como a Edufal enquadra-se no perfil de editora universitária, ela conta com o suporte técnico da Associação Brasileira de Editoras Universitárias (Abeu), enquadrando-se dentro de um plano conhecido como PIDL (Plano Interuniversitário de Distribuição de Livros) que é um esquema de distribuição nacional de livros, isto significa que um livro produzido aqui em Alagoas, por exemplo, pode ser encontrado em todo Brasil nas livrarias das editoras universitárias. “Quando falamos em PIDL, significa que mandamos para todas as editoras universitárias e também vendemos os livros de todas elas, foi a forma que encontramos para circular mais e melhor os livros produzidos”, salienta a diretora.

Além do esquema nacional de distribuição de livros entre as editoras universitárias, os livros com o selo Edufal podem ser encontrados nos sites das maiores redes de livro do País, como a Livraria Cultura, Saraiva, Travessa, Martins Fontes Paulista e do Empório do Livro, o maior distribuidor, que atende as regiões Sul e Sudeste. Tudo isso é feito unicamente com a intenção de difundir o conhecimento e estimular a leitura.

Com a intenção de ampliar ainda mais as suas fronteiras, a Edufal aderiu ao esquema de consignação de livros, um método que existe para facilitar a aquisição de títulos por todo o Brasil. Este processo funciona com aquisição de livros por parte das livrarias e editoras com o objetivo de disponibilizar estoque por um período de tempo, para venda no varejo, sem que as mesmas tenham que comprar o produto no final do período acordado. Os livros vendidos são faturados e o estoque reposto. Este trabalho é feito de acordo com as normas estabelecidas pela Abeu para o PIDL.

Não existe ao certo um valor pré-estabelecido nos títulos editados, pois os valores dependem das especificidades técnicas, como por exemplo, a quantidade de páginas de cada publicação, área e temática abordada, tipo de papel para miolo e capa, espessura, se é colorido ou preto e branco, algumas especificidades para capa, como aplicação de verniz com laminação fosca. Os livros publicados pela Edufal são de diversas áreas, com formatos e tamanhos diferentes, sempre abordando a produção científica de estudantes, professores e os profissionais de forma geral, não havendo restrição de pessoas.

“Todo cidadão pode publicar, quer seja estudante, professor, profissional liberal, não temos restrição. A restrição existe para a temática, pois como editora universitária não temos linha temática aberta, só publicamos obras com temática técnico-científica. Obras de romance e poesia só serão publicadas se resultarem de algum prêmio, somente dessa forma”, explica a bibliotecária da Edufal, Fernanda Lins de Lima.

Quando se fala em leitura, a editora da Ufal defende o princípio de que a leitura é bem que deve ser usufruído por todos, pois foi com esta motivação que se tornou a primeira editora universitária brasileira a desenvolver o Projeto Braille.

“Resolvemos investir em um projeto para facilitar a leitura dos deficientes visuais. Hoje, depois de 6 anos de vários projetos e vinte títulos publicados e distribuídos em todo o território nacional, até no exterior, em Portugal, por exemplo, ficamos honrados e felizes por podermos facilitar a leitura à comunidade cega de todo o Brasil”, acrescenta Sheila Maluf.

Outro título conquistado pela Edufal veio por meio das três edições consecutivas da Bienal do Livro de Alagoas, um evento que hoje é considerado como o maior evento cultural do Estado, onde pessoas de diferentes idades interagem, vivem e descobrem o que há de novo no universo da leitura.

CAFÉ COM LETRAS – Quem se interessar em conhecer melhor as dependências da Edufal pode dirigir-se até o prédio que fica localizado na Avenida Lourival Melo Mota, na parte alta de Maceió, no bairro Cidade Universitária, dentro do Campus A. C. Simões. Lá os leitores contam com um espaço aconchegante da livraria, além de um delicioso Café com Letras, um ambiente público que concilia os bons momentos de leitura com a oportunidade de convívio entre escritores e leitores. E para quem prefere a comodidade do lar pode conferir as publicações na Edufal na página da internet através do endereço eletrônico www.edufal.com.br

Os escritores, de uma maneira geral, encontram-se satisfeitos com a política exercida pela Edufal nestes últimos 7 anos, pois a editora possui uma grande credibilidade no meio editorial, além de ter possibilitado um aspecto que antes não existia que é a motivação da leitura das produções locais. “Os colegas estão se lendo, isso no passado era muito difícil e hoje existe um respeito maior pela produção interna”, confessa o professor Walter Matias.

A professora Edilma Acioli Bomfim, doutora em Letras, é autora de alguns dos títulos publicados pela instituição, como por exemplo, o Dicionário Mulheres de Alagoas e a Escritura do desejo. A escritora revela que como professora da Ufal se sente na obrigação de prestigiar o trabalho que a editora vem fazendo para divulgar as obras de autores alagoanos.

O mesmo comentou a professora Sandra Nunes Leite, doutora em Comunicação, que possui obra publicada, e se sente contemplada com os projetos realizados pela Edufal. Seu livro A lógica midiática na ação comunicacional da inovação foi o resultado do financiamento conquistado graças a IV Bienal Internacional do Livro de Alagoas.

Em 27 anos a Edufal tem superado cada vez mais as dificuldades e os limites do dia a dia de uma editora universitária. Para o ano de 2011 a editora está preparando algumas novidades, a V Bienal Internacional do Livro de Alagoas, que irá homenagear a Itália, consagrando o Momento Itália-Brasil (MIB) 2011/2012. Será aproveitada a ocasião para tentar trazer autores italianos com o apoio da Embaixada Italiana, além de mais uma possível publicação internacional. Quem quiser conferir, o site da próxima Bienal já está no ar: www.edufal.com.br/bienal2011

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