:: Projeto de Extensão Coordenado pelos professores e jornalistas
:: Erico Abreu (MTb 354-AL) e Francisco de Freitas





De:
Por:
Clique para fazer a busca!
MENU
 

Universidade Federal de Alagoas - UFAL
 

02/01/2009
Geral
TRÂNSITO: UM VILÂO DA VIDA

Dados revelam as causas das tragédias frequentes nas vias e rodovias alagoanas e as providências do Governo para amenizar a situação

Por Laura Teresa

Dirigir é umas das maiores expectativas do jovem que se aproxima dos 18 anos. Porém, o trânsito tem se tornado o cenário de grandes tragédias em todo o mundo. Em Alagoas, ele é a terceira causa de morte, e responsável por 80% dos óbitos em crianças de 1 a 15 anos.

O Código de Trânsito Brasileiro (CTG) foi instituído em 23 de setembro de 1997. O mesmo vigora no País desde 1998, sob a fiscalização de órgãos específicos, como o Departamento Nacional de Trânsito (Denetran), Departamento Estadual de Trânsito (Detran) e Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (SMTT), visando o desenvolvimento do tráfego dentro de padrões de segurança, eficiência, fluidez e conforto. O descumprimento do Código ocorre desde as pequenas às grandes regras, todas de importância relevante, já que são necessárias para a organização do tráfego como um todo. A falta de recursos materiais dificulta a fiscalização, que dá margem às comuns barbaridades.

O fato é que o número de infrações cometidas pelos condutores vem crescendo, o que acarreta no aumento dos acidentes. Essa é uma preocupação que se faz cada vez maior e o Governo tem dado uma atenção especial à circunstância.

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Maceió, no período entre janeiro e julho de 2007, foram registrados 67 casos de óbitos por desastres no trânsito, esse índice cresceu, registrando em 2008, 73 casos.

As principais causas de acidentes no trânsito são: uso de bebida alcoólica, excesso de velocidade e uso de aparelho celular ao dirigir.

Nas ocorrências com vítimas, os homens, na categoria gênero estão em maior parte, e os adultos, entre 30 e 59 anos, na categoria faixa etária.

Os jovens também estão presentes em tais episódios, de maneira forte, inclusive. A falta de experiência, a ansiedade e a vontade de arriscar-se são alguns fatores que também se enquadram nessa classe de condutores.

LEI SECA –A nova Lei do CTB, 11.705, proíbe o consumo de praticamente qualquer quantidade de bebida alcoólica por condutores de veículos.

Em vigor desde junho de 2008, o não cumprimento dela é considerado uma falta gravíssima. O motorista flagrado dirigindo sob o efeito de álcool perde 7 pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH ), além de precisar pagar multa de até R$ 957.

Segundo informação do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), numa análise geral, foi constatado um decréscimo de 14,5% no comparativo de acidentes de trânsito, por mês, entre os finais de semana (período crítico) de maio (mês anterior à Lei Seca) e junho (quando a mesma entrou em vigor), em Maceió, passando de 124 para 106.

De acordo com o Detran/AL, em pouco mais de duas semanas da aplicação da Lei Seca, foi registrado uma redução de 30% no número de acidentes de trânsito em Maceió, visto que anteriormente registrou-se um número de 50% a 60% de casos relacionados ao consumo de bebida alcoólica.

A SMTT de Maceió em parceria com o Detran de Alagoas, desenvolveu, em 2007, um estudo indicativo que apresenta em escala as 15 vias em que mais ocorrem acidentes na capital. Com base nisso, planos de campanhas educativas estão sendo traçados para orientar condutores e a população que habita as áreas próximas.

DUPLA EXPERIÊNCIA – Karinne Oliveira Coelho, 19, cursa o 6° período de Fisioterapia e acompanha de perto as conseqüências de imprudências no trânsito, tem aulas práticas na clínica da Faculdade, que geralmente assiste pessoas que sofreram fraturas, sejam expostas ou internas e traumatismo craniano. A primeira – se tratando de membros inferiores ou vértebras da coluna –, em especial, compromete principalmente o sistema locomotor. “A maioria dos casos que chegam aqui é causada por acidentes de trânsito, principalmente os que envolvem motocicletas, já que alguns condutores insistem em transitar sem fazer uso do capacete.”

Karinne bebe, mas não dirige. Ainda assim, já viveu grandes riscos devido à junção das duas coisas. Mas foi no dia 29 de junho de 2008 que ela “despertou” para os alertas e cuidados no trânsito. A estudante perdeu uma amiga de infância num trágico acidente, onde o motorista possivelmente tenha dormido ao volante, acarretando num choque do veículo contra um poste. “Vivemos anos de intensa amizade, carinho e companheirismo. Questiono-me sempre: como pode uma jovem alegre e cheia de planos morrer de uma forma tão repentina? Custo a acreditar. Certas vezes, paro, penso e olho as fotos, não consigo entender. Não sei se o caso foi cansaço ou se o motorista estava bêbado, o fato é que depois desse dia não pego mais carona com amigos que tenham bebido.”

O que era da convivência quase que diária da estudante e que segundo ela era tratado apenas tecnicamente, ocorreu ainda mais próximo. Ela, que antes entrava no carro com condutores embriagados, atualmente briga com os mesmos para que não dirijam. “Meus pacientes sempre me diziam que haviam sido descuido, que achavam que nunca aconteceria com eles. Eu também acreditava nisso, hoje sei que estamos todos propensos e vulneráveis a qualquer coisa. Sinto por muitas pessoas não darem ouvidos ao que é falado, e só mudarem diante da perda de alguém, como foi comigo, ou de um susto grande”, finaliza Karinne Coelho.



Clique nas fotos para ampliá-las.

Clique para ampliar Clique para ampliar Clique para ampliar Clique para ampliar
Clique para ampliar