Desde os antigos, a ala dos que possuíam a prática da cura dos males psíquico-corporais era extremamente valorizada. Como tal, essa prática foi se estabelecendo de maneira aprofundada em todos os grupos humanos, tribos, comunidades, e propagada por diversas regiões ao longo do tempo. Passou, então, a ser considerada necessária para atender e servir qualquer que fosse a civilização. Dos métodos pré-históricos aos chineses, dos egípcios aos gregos, como Hipócrates, um dos pioneiros no Ocidente, a medicina ganhou status em todo o mundo.
Desde então, a medicina se faz urgente e cresce com seus propósitos humanistas: tarefas que comprometem e consolidam a importância da formação médica, com responsabilidade e boa conduta para com os valores psicológicos de cada paciente.
Partindo desses princípios, a Faculdade de Medicina (Famed) da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), através de seu corpo docente, procura estar compromissada em formar profissionais capazes de atender os problemas básicos de saúde e prestar serviço a todas as necessidades, de maneira a priorizar as relações humanas.
Fundada há 58 anos a Famed passou por mudanças significativas durante todo esse período de atividades, dentre as quais em 1991 com a elaboração do Projeto Pedagógico Global (PPG), em que foi definida a formação de um médico mais familiarizado com a realidade sanitária e que tivesse no Sistema Único de Saúde (SUS) suas referências de controle para a coerente atuação no mercado de trabalho.
As mudanças não deixaram de ocorrer, quando em 2001 promoveram a criação de um “Projeto de Reestruturação do Curso Médico”, em que as necessidades básicas de saúde da população seriam a base de ensino. Método mais eficaz e responsável pela estruturação de novo currículo para os alunos. Desde o ano de 2006 ficou estabelecido, consoante o novo currículo, que haveria uma semana de acolhimento aos alunos, assim como planejamento e capacitação docente.
As mudanças foram bem aceitas e aplicadas à estrutura acadêmica e administrativa da Ufal. A Faculdade de Medicina, desde então, tem sua independência perante os cursos da área de saúde
METODOLOGIA DE ENSINO – Quem pode confirmar essas melhorias no curso é o alunato. De acordo com o aluno do 4° período Diogo Coelho, o método possibilita a visão do todo, da necessidade real das pessoas, quer se fazer presente em sua estrutura básica, quer obter total conhecimento do que realmente urge na saúde delas. “Nós, assim que entramos no curso até o 4° semestre, temos disciplinas avaliadas de modo integrado, permitindo um conhecimento convergente para determinado fim diagnóstico”, diz.
A metodologia de ensino introduzida pela Famed busca uma visão integral da teoria com a prática, desde o 1° período do curso, contrastando com o currículo antigo. Antes, somente por atividades extraclasses ou no internato é que havia a oportunidade de aliar teoria à prática. Portanto, “a metodologia articula três eixos: o teórico-prático-integrado (disciplinas biológicas); o da aproximação à prática médica nas comunidades; e o desenvolvimento de pessoal, que socializa o ensino à ética”, explica Diogo.
Quem mais justifica a eficácia da mudança curricular são os professores da nova disciplina, a Tutoria, pois esta integra o conteúdo visto nas bases biológicas e visa à pesquisa do próprio aluno na medicina baseada em evidências.
EVENTOS RECENTES – Houve a participação ativa do curso de Medicina da Ufal no 46° Congresso Brasileiro de Educação Médica (Cobem) realizado em Salvador em outubro deste ano. Com o tema sobre os 200 anos do ensino da medicina no Brasil, e também com a comemoração dos 20 anos de criação do SUS, a Universidade lançou cerca de trinta trabalhos durante o congresso.
No dia 14 de novembro foi realizado o I Fórum de Apoio ao Diabético e Atividades de Educação em Saúde para o Dia do Diabetes. Docentes e alunos da Famed que representam a Liga Acadêmica de Diabetes da Ufal (Ladufal) foram os organizadores e obtiveram apoio junto às Ligas de Nefrologia e Hipertensão e de Urologia, junto ao Hospital Universitário (HU) e ao Instituto da Visão. O intuito foi esclarecer sobre a doença através de palestras, desde seus aspectos nutricionais até as suas complicações, e fornecer as ferramentas práticas para o amadurecimento de seus graduantes.
Também em novembro, 29, aconteceu o Simpósio de Fisiologia, onde estudantes dos 2° e 3° períodos apresentaram protótipos experimentais referentes aos assuntos teóricos relatados em sala de aula, concernentes à disciplina de Fisiologia Humana, ministrada pela professora médica Luíza Rabelo.