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Universidade Federal de Alagoas - UFAL
 

14/12/2008
Geral
ALTERNATIVAS PARA A MELHOR IDADE

Apesar das dificuldades com os problemas de saúde inerentes à velhice, longe de ser um fardo, o idoso, se bem assistido, ainda pode ser produtivo

Por Victor Avner Crisóstomo Tabosa

Um dos assuntos mais comentados nos últimos tempos é o idoso. Uns chamam de terceira idade, outros chamam de melhor idade. Muitos acreditam que quando o homem se torna idoso, tem o merecido descanso por anos de trabalho. No entanto, tem-se ouvido muito atualmente que o idoso é a fase que o homem não gostaria de alcançar, pois nessa fase ele se torna um fardo, um peso para a sociedade.

No intuito de descobrir se o idoso é, de fato, um fardo para a sociedade, foram ouvidas pessoas que trabalham ou convivem com idosos, desde médicos a estudantes universitários.

Para o médico especialista em geriatria, Flávio Rezende, a vida de um idoso tem suas complicações. “Para se cuidar de um idoso é necessário muito gasto. Uma família abastada consegue lidar bem com um idoso, pois pode contratar cuidadores e comprar remédios. Mas para as classes menos favorecidas, o cuidado com o idoso é mais complicado”, diz o geriatra. Entretanto, ele acredita ser uma fase como outra qualquer na vida. “A boa qualidade de vida de um idoso, depende de como era sua vida antes de se tornar idoso, dos cuidados que ele teve enquanto criança, jovem e adulto. Ela não pode ser definida apenas pelo momento ‘idoso’”, enfatiza Flávio Rezende.

Em Maceió, como em outras cidades brasileiras, existem associações e grupos especializados no cuidado e convívio com o idoso. Um desses é o Instituto Melhor Idade (IMI), com sede no bairro de Bebedouro. O instituto agrupa e coordena mais quatorze grupos especializados no idoso por diversos bairros de Maceió. Alcione Sampaio, arte-terapeuta do IMI, acredita que “o idoso pode ter uma boa qualidade de vida, independente de sua classe social”. Segundo Alcione, “quando as capacidades do idoso são desenvolvidas, vê-se que ele possui um enorme potencial. Aliás, um potencial que muitas vezes não é reconhecido nas fases anteriores da vida. E esse potencial, se trabalhado, pode se reverter em ganhos financeiros”. Quanto a ser um “fardo social”, a arte-terapeuta ressalta que isso “é um estigma que a sociedade cria sobre o idoso, o que não é verdadeiro, uma vez que o idoso pode contribuir muito para a sociedade”.

Na Casa para Velhice Luiza de Marillac, idosas encontram um lar e são acompanhadas por profissionais especializados. Solange Araújo Leopoldino é a coordenadora administrativa do abrigo. De acordo com Solange, 70% das idosas que vivem no Luiza de Marillac foram deixadas por seus familiares. Para ela, um dos principais motivos que faz com que a família recorra a um abrigo para idosos é a falta de programa por parte dos governos. “A família não sabe como lidar com um idoso, nem há nada por parte do Governo que instrua a melhores cuidados com os idosos”, afirma Solange Araújo. E acrescenta que é daí que a família do idoso deposita sua confiança em um abrigo, que tem profissionais capacitados para lidar com os internos, além do próprio convívio com outros idosos, fazendo melhorar a saúde psicológica destes.

Para Juscyllan Santana, estudante de Ciências da Computação, conviver com idoso tem seus prós e contras. “Às vezes é complicado lidar com um idoso, principalmente quando os problemas relativos à idade começam a surgir. Mas não é por causa disso que ele pode ser considerado um fardo social”, afirma o estudante. “É nosso dever lidar da melhor forma com o idoso, pois ele já contribuiu e muito para a sociedade, agora é hora da sua recompensa”.

O idoso tem o direito constitucional de ser bem tratado. Existem diversas leis para isso, em muitos Estados brasileiros há até delegacias especializadas em crime contra o idoso. A sociedade deve reconhecer os ônus e os bônus provenientes da velhice. Afinal, todos um dia alcançarão essa fase.



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