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Universidade Federal de Alagoas - UFAL
 

08/12/2008
Esporte
FUTEBOL ALAGOANO VIVE TEMPOS DIFÍCEIS

Em 2008, a maior conquista entre times alagoanos foi ter disputado a Série C do Campeonato Brasileiro e não ter sido rebaixado

Por Clauderlan Vilela

No Brasil há uma movimentação toda especial quando o assunto é futebol. Nos bares, nos ônibus, nos elevadores, em quase todo lugar se ouve falar desse esporte, que é tido como preferência nacional, como se pode constatar no espaço cedido pela televisão. Em Alagoas, essa paixão também é sentida aqui e ali, no entanto, os times não oferecem muito motivo para o torcedor.

Em competições nacionais, as equipes alagoanas vêm devendo há algum tempo. As participações mais destacáveis são as campanhas dos anos de 1980, 1982 e 1983 quando o CSA foi três vezes vice-campeão da Taça de Prata (Série B do Campeonato Brasileiro da época). Outra conquista, de alcance nacional, foi o Torneio de Acesso à Série B do Campeonato Brasileiro, disputado por times da Paraíba e das Alagoas, do qual o CRB foi campeão em 1993. Já em competições regionais, em 1994 o CRB conquistou o vice-campeonato da Copa do Nordeste. Contudo, o maior feito de um time alagoano pertence ao CSA, que em 1999 encheu de orgulho a torcida alagoana e, com uma campanha encantadora, conquistou o vice-campeonato da Copa Conmebol (competição internacional já extinta que reunia grandes times da América do Sul). Desde então, as disputas pelo Campeonato Alagoano têm sido uma das poucas razões que animam as torcidas.

Em 2008, Alagoas teve cinco representantes em competições nacionais, uma conquista interessante. Entretanto, as campanhas realizadas foram, em sua maioria, lamentáveis. O Coruripe foi eliminado na primeira fase da Copa do Brasil (com apenas dois jogos), o CSA foi desclassificado da Série C também na primeira fase (com uma vitória e cinco derrotas em seis jogos) e o CRB finalizou sua participação na Série B na última posição (com cinco vitórias e 24 derrotas em 38 jogos), obtendo com isso o rebaixamento para a Série C. O que de certa forma faz esquecer as boas campanhas, em se tratando de times alagoanos, de Corinthians, que alcançou as quartas-de-final da Copa do Brasil, eliminando grandes equipes do futebol brasileiro, como Atlético-PR e Juventude-RS, e ASA, que se posicionou entre os dezesseis melhores times da Série C, conquistando uma vaga na nova Série C de 2009, a qual contará com vinte clubes, garantindo, portanto, três competições a disputar no próximo ano (Campeonato Alagoano, Copa do Brasil — esta por ter sido vice-campeão alagoano em 2008, competição da qual o CSA, o outro representante das Alagoas na Copa do Brasil de 2009, conquistou o título — e Campeonato Brasileiro).

Claudevan de Oliveira, 51 anos, torcedor do CSA desde a infância, reflete o sentimento da torcida alagoana, diante desse cenário, ao revelar que hoje em dia não se sente tão motivado para ir aos estádios. Quando era criança, entretanto, aos 10 anos, em sua primeira ida a um jogo de futebol, ele caminhou da Ponta Grossa ao Mutange (onde fica o estádio de seu time de coração), pedindo informação a quem encontrava pela rua. Após alguns contratempos, chegou ao estádio e percebeu que não podia entrar, pois estava sem ingresso e sem dinheiro, no entanto após muita insistência a sua entrada foi permitida e ele, maravilhado, pôde ver o CSA jogar pela primeira vez. “Bons tempos!”, lembra Claudevan. Atualmente, ainda vai aos jogos, mas a freqüência é bem menor. Contudo, está sempre acompanhando os jogos pelo rádio e torcendo como sempre, apesar da situação crítica do time, afirma ele.

São tempos difíceis, mas Alagoas, ao menos a parte interessada, parece se unir em prol de um futebol mais vistoso. Em 2009, CSA e ASA disputarão a Copa do Brasil, CRB e ASA a Série C do Campeonato Brasileiro e, ainda, há a Série D, que espera o campeão alagoano de 2009. Os times já começaram a se organizar, uns com mais antecedência que outros, e cabe às diretorias a formação de times fortes e competitivos. As torcidas, aparentemente, querem apoiar. E como de costume nos fins de ano, a comunidade espera um feliz ano novo, dessa vez também para o futebol.

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