Na tarde desta terça-feira, 8, ocorreu o debate que antecedeu as eleições à coordenação do curso de Comunicação Social da Ufal realizadas ontem. Disputada por duas chapas de professores, a Chapa 1 com a intenção de mudar a situação do Colegiado, e a Chapa 2, que pretende estender o seu período na coordenação. Discutiu-se de maneira calorosa na sala Recursos Áudio-Visuais durante aproximadamente três horas o futuro do curso, com a grande participação do alunos.
Antes de começar o debate, alguns dos integrantes de ambas as chapas ainda liam os folhetos com as próprias propostas, resultado da divisão repentina do Colegiado e da formação tardia das chapas. A pequena movimentação discente logo se transformou em uma aglomeração de estudantes, que revela a preocupação com a carência do curso e a responsabilidade com que a chapa vencedora irá enfrentar.
O professor Ricardo Coelho, candidato à coordenação da Chapa 2, iniciou o debate se apresentando, por não ser muito conhecido dos alunos, porém já integrava o curso desde 1990. O professor Almir Guilhermino, da Chapa 1, iniciou o diálogo com os estudantes auto-denominando sua parte de “Chapa dos indignados” e exaltando as diferenças entre as duas representações com prioridade nas deficiências do curso. As amenidades terminam por aqui.
Antes mesmo do primeiro bloco de perguntas, as declarações de ambas as chapas começaram a ter conotação pessoal em vez de se focar nas propostas para melhoramento do curso. Começou assim uma confusão entre todos os representantes, não sendo mais respeitada a ordem do debate nem mesmo pela mesa organizadora. Diante da pergunta de baixo calão de um dos membros da nova gestão do Diretório Acadêmico, logo se percebeu que a realidade do curso é um reflexo daqueles que o fazem.
Ao se restabelecer a normalidade, dentre as perguntas, se foi questionado o porquê da não criação de uma chapa única, já que as divergências das propostas de curso são mínimas e da imobilidade do projeto da TV Universitária. A Chapa 1 respondeu que a diferença primordial estaria na seriedade e no planejamento educacional, pois todos os professores da representação estariam aptos e dispostos a se candidatarem, abrindo espaço para os adversários, espaço que, de acordo com eles, não receberam na atual gestão; e exemplificou a dificuldade no andamento do projeto de TV Universitária com o sucateamento do Laboratório Áudio-Visual, que corresponderia na prioridade do curso e mesmo assim permanece abandonado.
A Chapa 2 centrou sua resposta na diferença do discurso entre as duas representações e a continuidade em um projeto que já se estabeleceu impossibilitaria essa união; e que é a favor da implementação de uma TV e rádio Universitária, porém a relação burocrática entre o Colegiado e a Reitoria dificulta a autonomia da produção e o estabelecimento de um convênio entre a Ufal e outras faculdades.
Em um meio de formadores de opinião pública é impensável a indecisão no momento do voto, já que todos comunicadores defendem o que lhes convêm, que se deu por perceber nas colocações de cunho tendencioso durante todo o debate, até mais da parte dos alunos do que dos candidatos à coordenação. Em outras palavras, nada pareceu mudar com o debate de dia 8 de Setembro, em relação ao resultado do Colegiado, no entanto o desenvolvimento e amadurecimento do COS, pregado pelas duas chapas, somente se alcançará com a aproximação entre a gestão eleita, os professores e os alunos.