Na década de 1950, várias famílias japonesas saíram descontentes das lavouras paulistanas para se arriscar no Nordeste. Uma delas foi a família Tani, que chegou a Maceió há 44 anos, mas vão comemorar junto com outras famílias japonesas, nos dias 12, 13 e 14 de setembro próximo, o centenário da imigração nipônica para o Brasil.
Hiromi Tani saiu do Japão ainda jovem para São Paulo, mas preferiu se mudar novamente para melhorar sua vida, sendo um dos primeiros japoneses a se estabelecerem em Maceió, onde formou uma família e se tornou um empresário de sucesso no ramo hoteleiro. A família Tani, assim como as outras famílias japonesas que moram no Brasil, é composta majoritariamente pelos descendentes da terceira geração, os sanseis. Poucos sabem falar japonês fluentemente, no entanto não perdem contato com a herança cultural nas influências de gostos e hábitos, como a de ver animes, um desenho animado com características nipônicas.
As irmãs Seiko e Haruko Imai, de 19 e 16 anos, nasceram em São Paulo e se mudaram ainda crianças para Maceió. Nunca puderam conhecer a terra natal dos avôs, em parte pela burocracia e dificuldades que o governo japonês impõe aos decasséguis(descendentes de japoneses que vão trabalhar no Japão), mas continuam conservando a cultura de seu povo através da culinária tradicional e pelos rituais típicos ensinados detalhadamente pela sua mãe, Mina Imai. Para Seiko, a importância das comemorações do centenário se deve ao reconhecimento dos antepassados que se arriscaram em uma viagem sem destino certo e trabalharam muito para que os descendentes tivessem uma vida melhor.
O preparativo da comemoração do centenário ficou a cargo de uma amiga da família, Tomomi Hayashi, que, respeitando a tradição, preparará um banquete de comidas japonesas e sakê, mas que também terá algumas comidas brasileiras e cerveja, lembrando que eles já estão bem habituados ao modo brasileiro de viver.