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Universidade Federal de Alagoas - UFAL
 

08/06/2008
Comportamento
FICAR OU NAMORAR? EIS A QUESTÃO!

Nos relacionamentos de hoje os jovens parecem preferir a primeira alternativa. Uma situação que não é tão fácil de entender e que divide opiniões

Por Caroline S. Tavares

Nos dias de hoje, por incrível que pareça, namorar é considerado meio fora de moda, coisa antiga, e até mesmo, “careta”. Mas por que ficar se torna mais interessante para os jovens? Porque, segundo muitos deles, no “ficar” as pessoas se encontram, se atraem, e, sem sequer se conhecerem acabam trocando beijos e abraços. Não dão satisfações umas para as outras, e, na maioria das vezes, não chegam a dizer uma única palavra. Já o namoro é um período que deve ser destinado ao conhecimento do companheiro, é algo muito sério, que deve ser levado com responsabilidade por ambos. É a hora de amadurecer.

Por isso, ficar acaba sendo mais atraente para os jovens, que imaginam ser possível aproveitar apenas o lado bom de namorar, não precisando arcar com as responsabilidades de um relacionamento. O hábito de ficar acaba substituindo o namoro, e a maioria dos meninos e meninas prefere apenas trocar alguns carinhos à “encarar um lance mais sério”. O “ficar” caracteriza-se pela ausência de compromisso, de limites e regras claramente estabelecidos: o que pode ou não pode é definido no momento em que o relacionamento acontece, de acordo com a vontade dos próprios “ficantes”. A duração do “ficar” varia: o tempo de um único beijo, a noite toda, algumas semanas.

Mas há quem discorde desse tipo de relacionamento. Os mais velhos, por exemplo, como a aposentada Maria de Lourdes, têm uma visão mais conservadora. “O namorar é o mais adequado, pois só namorando você pode conhecer alguém mais profundamente ”. Para os mais jovens, como o estudante da 8ª série, Mauricio dos Santos, “ficar” é melhor por simplesmente não haver as responsabilidades de um namoro. “Na minha opinião ficar ‘dá um banho’ em namorar porque você pode conhecer melhor a pessoa e ela não vai ficar no seu pé.”

Para os jovens entre 15 e 20 anos a questão é um pouco mais difícil de ter uma conclusão, pois muitos, como a universitária Andréia Correia, acreditam que depende muito da pessoa, do sentimento e do momento. “Se você já conhece a pessoa e realmente gosta dela, lógico que namorar é bem melhor, mas depende também do momento. Porque se você está em uma festa e conhece alguém, não vai namorar com ela ‘de cara’, primeiro você tem que conhecer; então, nessa hora é melhor ficar antes, pra saber se essa pessoa é realmente legal pra se ter um relacionamento mais sério”.

Porém, nem tudo está perdido. O namoro ainda não foi descartado totalmente pela juventude, existem aqueles que acreditam que ficar não é bom e que preferem namorar. Aqueles que preferem o namoro sério, como o estudante universitário Raphael Andrade, acreditam que um relacionamento sério oferece coisas que o ficar não faz, como a troca de sentimento sincero. “Namorar é bem melhor porque parece uma coisa vulgar você ficar com muitas pessoas. Se você beijar muito teu namorado ou tua namorada não vai mudar nada. Para muitos amigos meus, minha opinião é ‘careta’, mas eu não ligo, ainda prefiro namorar sério mesmo ”.

Psicólogos alertam, no entanto, para problema de ficar, pois, muitas vezes, ficar pode causar confusão na cabeça dos jovens que, apenas ficam por acreditarem que é preciso se fazer isso para entrar em determinado grupo, como explica a psicóloga Margarete Cavalcante Mendes. “Se eles não entram nesse ritmo da moda, acreditam que vão ser diferentes. O jovem até tem formação (familiar), mas quando ele vai para um grupo onde há um grande percentual de garotos que não têm essa formação, que não têm uma família bem estruturada, ele é levado a fazer aquilo que os demais fazem para se adequar à turma.”

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