Aposentadoria do professor José Roberto Gomes - ICHCA

Aposentadoria: professor José Roberto Gomes foi o primeiro diretor do Caic


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A aposentadoria chegou mas o ofício de vida como professor de História continua
Por Diana Monteiro - jornalista
08/11/2022 15h09 - Atualizado em 08/11/2022 às 16h26

A homenagem recebida pelo professor José Roberto Gomes da Silva, por ocasião de sua aposentadoria, durante evento realizado pelo curso de História da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), marca mais um ciclo de reconhecimento de sua vida profissional como colaborador no crescimento da instituição durante os 38 anos de trabalho, onde, além da docência, assumiu cargos administrativos.

Em seu percurso acadêmico como dedicado professor, além de chefia de departamento do curso e diretor pró-tempore no período de mudança da nomenclatura da unidade acadêmica para Instituto de Ciências Humanas Comunicação e Artes (ICHCA), chegou a lecionar, no curso de História, 22 disciplinas. Segundo José Roberto, a quantidade de disciplinas ministradas por ele, deveu-se também, as alterações nos Projetos Políticos Pedagógicos do Curso de História que ensejaram o surgimento de novas disciplinas, como as Integradoras 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7, além das eletivas.

“Após essas mudanças acontecerem na minha trajetória docente, vivenciei uma agradável necessidade de sempre estar estudando e me atualizando para novos desafios e aceitando ministrar novas disciplinas”, frisa o professor, que já anuncia novo projeto para continuar exercendo a profissão e áreas escolhidas, onde se diz apaixonado e assim seguir com seu ofício de vida.

Gomes reforça que a sua aposentadoria chegou, mas realizará, como professor itinerante e voluntário, sem vínculo empregatício, o projeto denominado de Por que é preciso estudar História?, a ser desenvolvido com alunos do Ensino Fundamental da rede pública da capital. A sintonia dele com o ensino público não se restringe apenas à formação toda na escola pública, do fundamental ao superior, mas também pela sua marcante trajetória profissional na rede pública de ensino em Maceió, onde chegou a ser diretor de alguns colégios locais. Também, no exercício de sua profissão, lecionou em estabelecimentos da rede particular de ensino, inclusive de nível superior.

Com 38 anos de docência e de dedicação acadêmica na Ufal, a homenagem recebida no âmbito da instituição, pela sua aposentadoria, ocorreu durante o 13º Encontro de História realizado em julho deste ano. A solenidade, organizada pela professora Clara Suassuna, foi também extensiva aos professores José Ferreira Azevedo e Zezito Araújo, aposentados este ano.

Dizendo-se grato pela homenagem que recebeu, ele aproveita para agradecer a oportunidade de convívio com colegas de trabalho, exitosas parcerias e apoio recebido para a superação dos desafios, cujo empenho e dedicação foram determinantes para a positividade das ações acadêmicas e científicas e otimização do curso de História.

Engajamento

Além de contribuir para a evolução do curso de História, onde ingressou em 1984 e ocupou algumas funções, José Roberto também teve importante colaboração em diversas frentes de trabalho a ele confiadas. Com carga horária de 20 horas, o desafio de desempenhar a atividade docente com a administrativa, moveu sua vida acadêmica durante o seu tempo na ativa na instituição alagoana.

A positividade de seu desempenho como gestor, fez dele um dos colaboradores de projeção e crescimento da Ufal. Ao ingressar como servidor docente recebeu convite da diretora do Museu Théo Brandão, da época, Carmem Lúcia Dantas, para coordenar o Núcleo de Pesquisa e Documentação que tinha como meta fazer um levantamento de todas as correspondências enviadas e recebidas pelo saudoso folclorista. A finalidade desse trabalho era transformar todo o material em um Catálogo, cuja missão foi cumprida e após alguns anos houve a publicação desse livro.

A convite do então reitor Fernando Gama, fez parte da comissão responsável pela implantação do Centro de Atenção Integral à Criança e ao Adolescente ( CAIC), que seria denominado de Jorge de Lima, uma homenagem ao poeta e escritor alagoano O Caic fica localizado na entrada principal do Campus A.C. Simões e José Roberto foi o primeiro diretor, ficando na função durante quatro anos.

Ele também fez parte da equipe da Editora Universitária (Edufal), durante cinco anos, como substituto do professor e diretor Eduardo Magalhães, engajando-se a essa frente de trabalho para a execução de ações que promovessem maior visibilidade do setor, a exemplo da realização da Bienal Internacional do Livro Alagoano, consolidada como o maior evento cultural do estado.

Evolução e eficiência

José Roberto aproveita para fazer um destaque sobre a importância do curso de História da Ufal na formação de recursos humanos, e diz que aprender História é essencial para formar indivíduos com senso crítico em relação ao mundo que estão inseridos. “Com o desenvolvimento e expansão dos mercados, note-se que há uma abertura para o historiador atuar e percebe-se que o nosso curso de História não está focando a formação profissional somente para o setor educacional. As empresas e os museus têm sido as instituições que estão compreendendo a relevância do papel do historiador em suas organizações”, enfatiza.

E complementa destacando a importância do curso para formar bons historiadores capazes de buscarem conhecimento por fruição. “O prazer de descobrir, de entender, de compreender. O desafio reside em oferecer à sociedade, profissionais que estejam atentos às diferenças entre os valores atuais e os da sociedade estudada e oferecer ao aluno uma História que faça sentido, fugindo do tradicional modelo eurocêntrico”, enfatiza.

Em sua trajetória acadêmica, dentre as disciplinas lecionadas no curso de História Bacharelado, entre elas, História da América, História Moderna, História Contemporânea, História de Alagoas, História do Nordeste e Projetos Integradores. Gomes também pertenceu ao Conselho de Centro e o primeiro curso de Mestrado de História foi criado durante o período em que esteve como chefe departamento (1997 – 2006). Inclusive, com conclusão e defesa de dissertações e a publicação da primeira edição da Revista Maçaió- AL.

Expansão e superação

José Roberto faz questão de destacar o crescimento e a evolução da Universidade Federal de Alagoas em atendimento às demandas locais, além da ampliação das atividades de ensino, pesquisa, extensão e internacionalização, consolidadas com a formação qualificada de recursos humanos e referência em estudos científicos. E diz que, para ele, o que mais representa essa realidade é a interiorização da Ufal e a criação dos cursos noturnos.

“Ao longo dos meus 38 anos na Ufal tive o privilégio de acompanhar o crescimento da instituição nos vários setores da vida como instituição de ensino superior. Fui testemunha de várias administrações com suas especificidades e sempre pautadas em defesa do crescimento da instituição alagoana”.

Cita a duplicação da estrutura física no Campus A. C. Simões, inauguração da Reitoria, democratização com a escolha direta pela comunidade, desde a primeira, para ocupação do cargo de reitor, expansão da pós-graduação, e à realização de eventos na área de educação liderados pela Ufal, dentre tantos que vivenciou. “Mas, a expansão da Ufal para o interior de Alagoas e a criação dos cursos noturnos, consistem numa grande conexão da universidade com a sociedade alagoana”, diz o homenageado.

Ao reforçar que a instituição alagoana oferta um ensino qualificado na graduação e pós-graduação, mesmo com tantos e contínuos desafios, ele finaliza: “A grandeza da nossa querida Universidade Federal de Alagoas, está na sua capacidade de superar inúmeras dificuldades e ser capaz de oferecer a comunidade alagoana a sua melhor produção humana representada pelos futuros profissionais das diversas áreas do conhecimento”.

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