8) Significado e Disposições
Linha de Pesquisa: Linguagem e Cognição Docente: André Leclerc
Descrição: O Projeto anterior discutiu a compreensão linguística ocorrente e espontânea. Este projeto pretende focar a compreensão disposicional, isto é, a noção de competência semântica, concebida de maneira realista como conjunto de disposições, e não de maneira idealizada à la Chomsky. Para tanto, precisamos aprofundar a noção de disposição. A noção de disposição foi tratada com desconfiança pela tradição empirista, tão influente na filosofia da ciência do século XX, e na filosofia analítica, de modo geral, até os anos noventa. Muitos filósofos, nessa tradição, eliminam as disposições através de uma “análise condicional”. Essa situação perdurou até recentemente, quando a metafísica analítica começou a ganhar credibilidade, e quando se fez sentir a influência dos filósofos australianos nas duas últimas décadas. As disposições ou poderes sempre foram invocadas para explicar a posse de conhecimento, incluindo, é claro, o conhecimento do significado, ou seja, a competência semântica. Os australianos adotam e defendem uma visão realista das propriedades disposicionais que nos parecem mais interessante para nosso principal objetivo: desenvolver uma noção de competência semântica que leva em conta: 1) a plasticidade do sentido; 2) a normatividade do sentido; 3) as discrepâncias na competência entre falantes/ouvintes de uma mesma língua; 4) o poder explicativo da competência aplicado ao uso efetivo da linguagem (performance) e da compreensão linguística espontânea.