4) Da intuição como método à intuição como Weltanschauung: Jung leitor de Bergson

Linha de pesquisa: Subjetividade e Sociedade Docente: Rodrigo Barros Gewehr

Descrição: Esta investigação buscará pensar a intuição, movendo-a do plano metodológico ao plano ontológico. Visamos a compreender por que Carl Gustav Jung fundamentou suas prática e teoria nesta dimensão tão controversa da apreensão da vida. Com efeito, o autor suíço lança mão do que denomina “método construtivo”, amplamente apoiado em Bergson, para definir o modelo de sua prática. No entanto, para além de um método e de uma função da consciência, para além de um contraponto à razão, o uso da intuição ganha ares de uma visão de mundo na medida em que é lida como função fundamental da psique. Chegados a esse nível de reflexão, no qual a intuição é mesmo nomeada como Anschauung, parece-nos de fundamental importância compreender os pressupostos que inspiraram a definição junguiana de intuição, e de psique, assim como as fontes nas quais ele se baseia para esse fim, notadamente Bergson. Ao associar seus próprios critérios de conhecimento a conceitos como élan vital e durée créatrice, Jung mostra certa afiliação epistemológica e um determinado campo de interrogações, que não se constitui todavia sem tensões e distanciamentos. É nesse território de conflitos que intencionamos penetrar a fim de melhor apreender o uso da intuição em Jung, bem como os limites e as potencialidades de sua constante referência a Bergson.