2) Tempo e acontecimento na Filosofia Contemporânea
Linha de pesquisa: Subjetividade e Sociedade Financiador: FAPEAL Docentes: Fernando Meireles Monegalha Henriques
Descrição: A temática da temporalidade se encontra em diversos autores da filosofia contemporânea, tais como Henri Bergson, William James, Edmund Husserl, Jean-Paul Sartre e Maurice Merleau-Ponty, constituindo-se num objeto de fundamental importância para se compreender a filosofia continental do século XX. Por sua vez, a discussão sobre o estatuto do acontecimento tem permeado a obra de autores tão diversos quanto Martin Heidegger, Gilles Deleuze, Alain Badiou, Renaud Barbaras e Claude Romano, constituindo-se numa porta de entrada para a filosofia continental do século XXI. O que nos propomos em nosso projeto de pesquisa é pensar esses dois temas conjuntamente: temporalidade e acontecimento, pensando sua indissociabilidade. As questões que nortearão nosso projeto de pesquisa são: até que ponto, para se pensar a estrutura do acontecimento, precisamos partir de uma descrição de nossa temporalidade imanente pensando-a a partir de seus diversos graus ou níveis? Será que uma descrição do modo de ser daquilo que Husserl chamava de presente vivo não corresponde à descrição da estrutura do próprio acontecimento? Em última instância, o acontecimento não estaria vinculado à temporalização, à abertura de um campo temporal que torna possível, entre outras coisas, nossa própria subjetividade? Para tentar responder a essas e outras perguntas, partiremos da leitura de autores e obras clássicos sobre o tema da temporalidade, tais como Bergson (Ensaio sobre os dados imediatos da consciência, Matéria e memória), Husserl (Lições para uma fenomenologia da consciência interna do tempo), Heidegger (Ser e tempo, Contribuições à filosofia: do acontecimento apropriador), Sartre (O ser e o nada), Merleau-Ponty (Fenomenologia da percepção), Deleuze (Diferença e repetição, Lógica do sentido), entre outros. Nosso propósito, com esse itinerário é ter insumos para adentrar na discussão atual sobre a temporalidade e a questão do acontecimento, tal como e apresenta na obra recente de Renaud Barbaras, Dynamique de la manifestation (2013), ou no tríptico de Claude Romano sobre a noção de acontecimento, L’événement et le monde, L’événement et les temps e Il Y a, ou na já clássica obra de Alain Badiou, L’Être et l’événement.