Este livro é mais um fruto do trabalho de pesquisadores(as) envolvidos(as) direta ou indiretamente com o Grupo de Pesquisa Linguagem e Cognição, especialmente, através da realização de seus Encontros anuais. Mas é claro que esse trabalho vai se concretizando nas várias ações que esses(as) pesquisadores(as) de Filosofia fazem: da leitura à dinamização de seminários internos; da produção de um artigo à organização de um evento; da manutenção periódica de grupos de estudos à preparação de cursos; da orientação à publicação de artigo, capítulo ou livro. Esse livro deve ser entendido como fruto e expressão desse complexo trabalho da pesquisa em Filosofia.

Neste Volume VI, temos variados temas e o(a) leitor(a) terá oportunidade refletir sobre temáticas da Filosofia, desde a antiguidade até a contemporaneidade, dimensionadas pelos interesses teóricos do Grupo. Assim, o volume apresenta capítulos referentes à problemática das relações entre alma e corpo na antiguidade, seja no Fédon, de Platão, reconceituando aspectos tradicionais de interpretação desta relação;  seja na complexa articulação que Plotino faz desta relação. Além disso, o(a) leitor(a) poderá fazer uma incursão interpretativa da Carta VII, de Platão, discutindo aspectos do papel da escrita e as relações entre política e Filosofia, tematizadas por aspectos metodológicos, epistemológicos e ontológicos da Carta. Apreciar uma retomada atualizada do estoicismo de Epicteto pelo conceito de ontologia da superfície.

O(A) leitor(a) poderá ainda tomar contato com temáticas mais diretas da Filosofia da Mente, seja por uma apresentação panorâmica atualizada da área, seja refletindo sobre a dimensão perceptiva do mental, pela tematização do conceito de qualia, especialmente, a problemática da transparência da experiência perceptiva, bem como refletir sobre qual o papel do representacionismo na experiência perceptiva. Também, nesse mesmo tópico, tomar contato com a teoria adverbial da percepção, especialmente, na explicação da autoconsciência intransitiva pré-reflexiva. Poderá acompanhar a apresentação crítica da proposta neomecanicista de Bechtel e pensar acerca da realidade dos estados mentais, “portadores” de intencionalidade, a partir da proposta de Dennett. Discutir acerca das dimensões disposicional e externalista para a ação, a partir de contextos culturais distintos, balizado pelo papel central que o conceito de affordance pode ter nestes contextos, affordances culturais.

Marcus José Alves de Souza (UFAL)