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José Wagner Ribeiro
Professor da UFAL - Universidade Federal de Alagoas. Doutor em Comunicação
e Cultura pela UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro. Coordenador
da Pós-Graduação Latu Sensu em Processos Midiáticos
e novas formas de sociabilidade da UFAL
Resumo
Este trabalho mostra uma visão do conteúdo político
do jornal ”Folha Universal”, a maior mídia religiosa
do Brasil. Sabe-se que a política e mídia são assuntos
de polêmica. Partindo deste princípio, a religião
foi inserida para dar maior ênfase no discurso abordado. Observando
a história da política brasileira, sobretudo nas etapas
onde a IURD está envolvida, percebemos que foram fases importantes
para a história do país. Por isso, pesquisamos o jornal
”Folha Universal” referente às eleições
nacionais de 2006. O objetivo da pesquisa era mostrar que a IURD usa este
veículo de comunicação para fazer proselitismo religioso
e, sobretudo político. Outrossim, corroborar que a instituição
faz uso do seu proselitismo político-religioso para fixar e sistematizar
suas ideologias, além de servir de porta voz de seus dirigentes
religiosos.
Palavras-Chave: comunicação- religião - televisão-
pentecostalismo
“A imprensa escreve para vender, não para informar”.
(George P. Cosmatos)
O jornal ”Folha Universal” tem um formato tablóide
com 32 páginas divididas em dois cadernos; possui editorias semelhantes
a de um jornal convencional; tiragem atualmente de 2.336.750 exemplares
em todo território nacional, com opinião de fiéis;
cartas, nacional e internacional; geral; variedades; saúde esportes;
coluna social, infantil, educação, turismo, classificado
e política.
De acordo com o site oficial da igreja, o jornal’ foi lançado
no dia 15 de março de 1992, com 24 páginas e dois cadernos.Despontando
como grande veículo de comunicação, o semanário
não tinha como passar despercebido. Em 1993, um ano após
seu primeiro ano de publicação, a mídia impressa
apresentava nina tiragem de 120 mil exemplares.
Naquele mesmo ano mudou completamente a composição gráfica
- passando a seguir o modelo Standard, de outros jornais comerciais, com
impressão em cores. Em setembro de 1995, a tiragem era de 780 mil
exemplares e, no mês seguinte, saltou para a casa dos 860 mil exemplares.
Em junho de 1996, a ”Folha Universal” atingiu extraordinário
número de um milhão de exemplares espalhados pelo Brasil.
Se comparado com a tiragem de um dos maiores jornais do Brasil, ”O
Globo”, no Rio de Janeiro, com cerca 223 mil exemplares (dados de
1993) tem-se que reconhecer que é um número indubitavelmente
grande para esse tipo de publicação, variado, atendendo
aos interesses dos sexos masculino e feminino de todas as idades. Além
desses diferenciais, mediante as notícias publicadas em cada exemplar,
a IURD transmite aos seus milhares de leitores que é uma igreja
florescente e unida. Sua publicação supera as de todas as
demais religiões. Sobretudo a da Igreja Católica, conforme
bem declara Bresser:
Para se ter uma idéia do seu tamanho, um dos principais jornais
do país voltado para o público religioso, O Jornal Espírita,
tem tiragem de 25 mil exemplares em bancas, mais de 15 mil distribuições
via assinatura. A Resenha Judaica, quinzenal com mais de 45 mil exemplares!
Um levantamento realizado pela Oboré Comunicação
encomendado pela Igreja Católica, encontrou 22 títulos,
entre revistas
84
e boletins, que; somados tem uma tiragem de mais de 300 mil exemplares
por mês no Estado de São Paulo. (1995, p. 26)
Dentre outras características do jornal, pode-se apontar a vultosa
quantidade de ilustrações que com seus coloridos fazem despertar
a atenção de seus leitores e a conquistar aqueles que não
têm o hábito da leitura dos exemplares. Geralmente as imagens
são fotografias que revelam os templos, os fiéis e os trabalhos
missionários realizados no Brasil e no exterior.
Também é marcante o uso de mensagens icônicas que
em algumas páginastomam o espaço em mais da metade.
O jornal suscita interesse pela sua especificidade e pela sua linguagem
dramática, o que levanta questões sobre o tipo de jornalismo
praticado. Sobre isso Marcondes Filho declara:
(...) antigamente o jornalismo era um tipo de ação política
visando alterar o quadro de forças sociais a partir do debate de
ideologias e os fanatismos, a visão do mundo. Hoje em dia, as paixões,
afirma que ”a submissão a uma religião”, a um
partido, a uma doutrina, a um político são responsáveis
pelas deturpações, conforme o jornal: o plano emotivo sobrepõe-se
ao racional e permite que o discurso desenvolva - se livremente como uma
pregação ideológica (Marcondes Filho, 1993).
Contrariando este pensamento, Rossi (1988, p.7) afirma que ”o jornalismo,
independente de qualquer definição acadêmica, é
uma fascinante batalha pelas conquistas das mentes e corações
de seus alvos: leitores telespectadores ou ouvintes”.
Conteúdo político da Folha Universal
Cada um chama de claras, as idéias que estão no mesmo grau
de confusão que suas próprias. (Proust)
O jornal religioso é o espaço privilegiado de definição
e especificação de uma linguagem própria da instituição
que se tornou comum aos membros para efeito de distinção
entre palavras e símbolos sagrados laicos. O potencial de análise
deste repertório decorre exatamente desta distinção.
Bryan Wilson neste sentido aponta que: ”a linguagem religiosa é
ao mesmo tempo, um repertório de categorias objetivas, um depósito
de valores ë um estoque de símbolos que podem ser manipulados”
(1982, p. 10).
Em princípio, as ciências sociais têm como objetivo
descobrir as regularidades dos fenômenos e determinar a elas critérios
dei significação. No entanto, o estudo do comportamento
social do indivíduo, frequentador simultâneo de distintas
instâncias de vida presentes em diferentes universos sociais com
regras! próprias, não pode ser reduzido a apenas alguns
teoremas.
A instituição religiosa é uma instituição
social que não escapam às regras nos quais os meios sociais
determinam qualquer uma delas.
De acordo construção social com Petter Berger e Thomas Luckmarm
na obra A Construção da realidade (op.cit., p. 69) ”as
instituições são sempre exteriores ao indivíduo,
diferindo de sua realidade constituída de seus pensamentos, sentimentos
e fantasias”. Ou seja, não faz parte num primeiro momento
das preocupações particulares de cada um. As instituições
existem independentemente dos indivíduos apreciá-las ou
não.
A vinculação dos fenômenos políticos cotidianos
a eventos ligados a uma cosmologia de proporções apocalípticas
reflete fielmente uma conduta partidária oferecida pelo ”povo
dê Deus”, como sendo a única correta. A mídia
religiosa da IURD discrimina, de modo maniqueísta, os agentes merecedores
do voto e condena os demais à execração pública.
O ponto de iniciação | da interseção do campo
político e religião, bem como dacanalização
temática - opinativa, levado o efeito pela ”Folha! Universal”
-, ao contrário do que muitos pensam, não são os
editoriais. Em alguns casos,ramificações atuam simultaneamente
em campos diversos realizando uma interseção de objetivos
e formas de atuação.
Existem apenas duas opções de ações neste
ponto: ou o agente ocupa posições diferentes em campos diferentes,
procurando promover a conversão de seu capital específico,
de um para o outro; ou sua posição é homóloga
em ambos, de maneira que haja dois inimigos a serem combatidos.
Em sua trajetória histórica, os neopentecostaïs nunca
estiveram muito ligados à esquerda. Mantinham-se em uma postura
tendenciosamente neutra ou no máximo de (discreto apoio à
direita. Assim sendo, não ë de se admirar a ausência
quase absoluta de políticos - pastores da IURD no PT, no PDT ou
qualquer outro partido de esquerda.
Estar situado à direita no aspecto partidário brasileiro
não quer dizer de maneira alguma b apoio ao governo. Ao contrário,
durante anos o ex-presidente da República do Brasil, Fernando Henrique
Cardoso foi alvo de severas críticas da ”Folha Universal”.
Críticas referentes às ações governamentais
que eram. constantes nos jornais, ao mesmo tempo em que as propostas da
oposição parlamentares eram ignoradas pêlos jornais.
Em síntese, eram clássicos liberais - sejam pela redução
de impostos, sejam pelas desigualdades sociais - que usavam alguns argumentos
de esquerda. Criticavam bruscamente o governo, ao mesmo; tempo em que
pregavam a livre-iniciativa e o laissez-faire, secundado pelo auxílio
institucional como forma de eliminação das desigualdades
sociais.
A perspectiva liberal manifestava-se não apenas no sentido econômico,
mas em sua concepção de liberdade individual e religiosa,
ainda que atacando outras religiões. O sentido estrutural da homologia
permite a explicação de paradoxos aparentes como posicionamento
político, ao mesmo tempo crítico e liberal, adotado pela
”Folha Universal”.
O jornal ”Folha Universal” contém um artigo escrito
pelo jornalista e radialista, Vitor Paulo Santos, intitulado ”A
fé e a política”. Nas primeiras edições
pesquisadas, o artigo contou a historia das eleições no
Brasil.
Foram analisadas as edições de número: 751, 752;
753, 754, 755 e 756
(Folha Universal) que corresponde ao final do mês de agosto de 2006
e o início do mês de outubro daquele ano, período
que antecedeu a eleição para o cargo de presidente, deputado,
senador e governador. As edições de número 753 e
756 foram analisadas, mas não continham matéria Ou nota
sobre o assunto pesquisado.
Na edição de número 751 (de 27/08 a 02/09) encontrou-se
na página 15 uma nota que mostra o resultado de uma pesquisa para
o governo no estado do Rio de Janeiro. O resultado teria sido encomendado
por uma rede de televisão na cidade carioca. A nota diz que o candidato
Sérgio Cabral do Partido do Movimento Democrático Brasileiro
(PMDB), que estava na liderança da pesquisa, apresentou uma queda
de seis pontos.j Segundo a nota, o motivo teria sido o apoio
que ele recebeu do ex-governador Antony Mateus Garotinho e de sua esposa
Rosinha Mateus, à época, governadora do Estado (também
integraniè do PMDB). A nota indicou, também, que os eleitores
detectaram problemas naquele governo relacionados à saúde,
à segurança e à educação. E, pele fato
De o casal Garotinho apoiar Sérgio Cabral, esses problemas iriam
se repetir no governo do peemedebista.
Em contrapartida, a nota diz que a população do Rio de Janeiro
anseia pelo ”novo”, citado deliberadamente o candidato Marcelo
Crivella (PRP) como o político que mudaria esse quadro. Ela cita
ainda, o avanço na pesquisa do candidato do PRP, ao declarar que
iria angariar recursos importantes para o Rio de Janeiro. Entretanto,
em nenhum momento relata que recursos seriam esses e como seriam obtidos.
Nesta nota, ficou claro o apoio da IURD, através do jornal ”Folha
Universal”, ao candidato Marcelo Crivella. Para a divulgação
de uma pesquisa não há a necessidade de expor problemas
do Estado como se o candidato Sérgio Cabral fosse o culpado. A
exposição dos problemas no atual governo não representa
necessariamente que ele venha se:repetir, só pelo motivo de que
Sérgio Cabral é apoiado pelo casal Garotinho que esteve
no comando do Estado nos últimos anos. Até mesmo o título
da nota deixa explícito este apoio: ”Crivella em alta”.
O mesmo é visível na manchete: ”Sérgio Cabral
despenca e Marcelo Crivella sobe”.
Na edição seguinte de número 752 (de 03/09 a 09/09),
a capa estampa o título ”Em que danas pesquisas Cabral foge
do debate”.
Na matéria, a ”Folha Universal” mostra dados de outra
pesquisa para o governo do Estado do Rio de Janeiro, em que indica mais
uma queda do candidato Sérgio Cabral. Desta vez, de 03 pontos.
Em contrapartida, Marcelo Crivella sobe um ponto nas pesquisas que segundo
a ”Folha Universal” continua em ascensão, distanciando
do seu adversário político. No ”box”, localizado
logo abaixo da matéria, o presidente do instituto de pesquisa,
Geraldo Tadeu Monteiro aponta um segundo turno entre os candidatos.
O entre título da matéria diz: ”Correndo do debate”
que informa que o candidato Sérgio Cabral não participou
do debate realizado pela
TV Bandeirante. Ainda na matéria, a ”Folha Universal”
disse que a explicação de Sérgio Cabral em um telejornal
da emissora foi de que ele queria desvincular sua origem a do casal Garotinho
que foram seus aliados na campanha. O jornal explica, ainda, que Sérgio
Cabral define como desgastada a imagem do casal diante da sociedade, o
que viria atrapalhar sua candidatura. Sérgio Cabral teria dito
que a saúde no estado é péssima, e que esta seria
a prioridade do seu governo.
Na edição dê número 754 (de 17/09 a 23/09)
a matéria de capa é sobre a saúde no Rio 4e Janeiro,
intitulada: ”Rio Enfermo”. Seria uma mera coincidência
senão fosse período eleitoral. Ainda na capa, p título
de outra matéria: ”Senadores Reprovam Sérgio Cabral”
e, na página 15: ”Cabral Choca a Sociedade”. Nesta,
o jornal diz que o candidato Sérgio Cabral defende a união
estável entre homossexuais. Junto à matéria, vem
o depoimento de quatro parlamentares que são contra a decisão
de Sérgio Cabral. Vale pontua? que a ”Folha Universal”
deixou clara quê os depoimentos foram de senadoras católicos.
Uma forma de mostrar que não só a IURD era contra a emenda
de autoria de Sérgio Cabral, mas contra uma estratégia de
persuadir os leitores, indicando que também os não são
á favor da união homossexual, e, conseqüentemente,
contrária à eleição de Sérgio Cabral.
Na edição de número 755 (de 24/09 a 30/09) o jornal!
estampa matéria sobre o Rio de Janeiro. Desta vez sob o título:
”Governo do Rio Humilha a Polícia”, além de
outra matéria, também de capa que diz: ”Vice de Cabral
é acusado de sanguessuga”. E, abaixo, ainda na primeira capa
outra intitulada: ”Manipulação de pesquisas”.
Esta, mostra depoimento cio candidato ao governo do estado, Carlos Lupi
(PDT) em que o político diz duvidar do resultado das pesquisas.
Na página interna, de número 14, há a exibição
da matéria: ”Vice de Sérgio Cabral sob suspeita”
que diz que em um debate organizado pela Rede Record, que, diga-se de
passagem, pertence ao bispo Macedo que também é dono da
”Folha Universal”, o candidato Marcelo Crivella teria apresentado
documentos que cometeriam o vice de Sérgio Cabral, Luiz Fernando
de Souza conhecido como ”Pezão”, acusado de envolvimento
no escândalo de compra superfaturada de ambulância, o denominado
”Sanguessugas*’. Ao longo da matéria ficou claro o
apoio do jornal ”Folha Universal” a Marcelo Crivella, porque
a todo o momento dizia que ele insistia e
cobrava no debate uma explicação do presidente do Tribunal
de Contas do Estado (TCE), José Gomes Graciosa, justificando de
que precisava saber sobre o escândalo, pois isso poderia mudar o
rumo das eleições na reta final.
A matéria informa que o site do TCE deu um resultado declarando
que todos os municípios estavam sendo aditados para apurar irregularidades
na aplicação de recursos destinados à saúde,
principalmente no que diz respeito à aquisição de
material hospitalar e ambulância. Com isso, Marcelo Crivella teria
respondido a jornalistas que era uma resposta para abafar o caso, já
que estaria envolvendo! o vice do líder nas pesquisas. E isso era
uma falta de respeito com o eleitor.
Conclusão: O acontecido não seria uma forma de forçar
a barra feita pela ”Folha Universal”, por motivo de que ele
poderia informar que havia uma acusação contra o ”Pezão”.
Porém não precisava dizer que foi o candidato Marcelo Crivella
quem veio a público fazer a declaração. A ”Folha
Universal” mostrou que Marcelo Crivella estava isento de qualquer
acusação e não-envolvido no escândalo, mostrando-se
contra o envolvimento do vice de Cabral no escândalo das ”Sanguessugas”.
Na matéria Seguinte, na página de número 15, o título:
”Carlos Lupi suspeita de manipulação de pesquisas”,
afirma que o candidato do PDT disse numa pesquisa feita pela Rede Record,
que é estranho o candidato Sérgio Cabral estar na liderança
da pesquisa, já que não fazia campanha direta com o público.
E que pouco expõe suas idéias aos eleitores não comparecendo
debates. Desta forma, Carlos Lupi não acreditava na pesquisas.
Ainda sobre as pesquisas, o jornal mostra que o candidato do PDT vê
que o povo pode se surpreender com o resultado final, demonstrando assim,
uma descrença nas pesquisas.
Observação: Expor a idéia de outro candidato a governador
do Estado para contradizer uma pesquisa, é realmente algo antiético
e sem validade pelo simples fato de que qualquer candidato que for falar
sobre ’uma pesquisa na qual ele não está apontado
como favorito, vai discordar dela. O fato de o jornal colocar outro candidato
para falar contra Sérgio Cabral, seria apenas mais uma forma de
mostrar que todos estão contra ele, para Mo ficar em uma ”mesmice”
e pôr,
novamente, Marcelo Crivella para dar seu depoimento.
E, por fim, tem-se a matéria principal ”Estado desampara
policiais” que mostra que a polícia do Rio está ”abandonada”
sem ter sequer veículos para trabalhar. Conclusão: Segurança
foi outro ponto apontado como negativo no Estado do Rio e, conseqüentemente,
a governadora Rosinha entra como vilã, pois teria permitido chegar
a esse ponto. Lembre-se de que a governadora Rosinha apóia Sérgio
Cabral.
Considerações finais
Do estudo realizado temos como consenso que a Igreja Universal do Reino
de Deus usa o jornal para reforçar e sistematizar ó seu
discurso e também como porta-voz dos posicionamentos políticos
dos seus dirigentes Poderíamos dizer muito mais a respeito do jornal
Folha Universal, entretanto, os principais pontos e as principais características
foram expostas nessa pesquisa. Vale ressaltar que, o veículo comunicacional
Folha Universal, é uma importante peça funcional e pragmática
tanto para á Instituição quanto para seus fiéis.
Entendem esses fiéis que o jornal é um grande púlpito
de onde saem às mensagens que regem suas vidas. Poderíamos
denominar de: ”púlpito impresso” de alcance de massa,
onde vários bispos e pastores fazem seus sermões e os membros
dão seus testemunhos. Para o jornalismo de uma maneira geral, a
Folha Universal inova-se quando introduz o depoimento e o testemunho como
notícia. Quanto ao jornal em si, sua característica- geral
é a propaganda religiosa, o proselitismo e ainda a maneira apologética
de se dar com a política partidária.
O jornalismo praticado pela ”Folha Universal” é uma
mistura de linguagem religiosa com linguagem jornalística, combinando
numa sincronia as técnicas jornalísticas ás técnicas
de pregação religiosa, com o intuito de ”formar”
seu público e formar uma concepção ideológica
de que a Igreja Universal é a igreja de comunhão com Deus.
Em nome de Deus a ”Folha Universal” admite transformar depoimentos
e confissões em notícias semanais, sem verificar dados dos
relatos, simplesmente coagindo seu leitor à crença da notícia
Em seu editorial de política, essa mídia age de maneira
discreta, mas não extravagante, ou seja, se torne ”vulgar”
ela mostra seus interesses restritos à política sem deixar
que sua apologia. Por fim, sabemos que
muitos são os caminhos de persuasão. Mídia, são,
sem sombras de duvidas.,- fontes construtoras de religião e política
mensagens que trazem diferentes discursos que dão sentido à
vida. Contudo, deve-se atentar para o feto de que os receptores dessas
mensagens, por mais frágeis, desejosos! de justiça e desiludidos
pêlos embates da luta pela sobrevivência, fazem escolhas...
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