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José Ferreira de Paiva
Jornalista e professor universitário
Resumo
A evolução do Jornal do Brasil enquanto um importante veículo
de comunicação, voltado para a democratização
do acesso à informação, revela aspectos importantes
das mudanças sociais e culturais ocorridas na sociedade brasileira
desde o final do século XIX. As alterações em sua
linha editorial, sua relação com as instâncias de
poder político e até mesmo em seu aspecto formal, acompanharam
e dão um testemunho valioso do crescimento do público-leitor
ao longo do último século e da crescente importância
da opinião pública no debate dos problemas nacionais.
Palavras-chave: Democratização - opinião pública
- jornalismo impresso - linh a editorial
Introdução
Fundado em 1891 por Rodolfo Epifânio de Souza Dantas, com intenção
de defender o regime deposto. De nível elevado, contava com a colaboração
de José Veríssimo, Joaquim Nabuco, Aristides Spínola,
Ulisses Viana, José Maria da Silva Paranhos Júnior e outros
como Oliveira Lima, então apenas um jovem historiador. Joaquim
Nabuco, foi inicialmente primeiro como correspondente em Londres, depois
como chefe de redação. As afinidades da maioria desses elementos
com o regime deposto foram por ele sintetizadas, como a melhor República
possível. O seu primeiro número veio a público no
dia 9 de abril, para coincidir com os 60 anos do Te-Deum em ação
de graças pela aclamação de Pedro II como imperador,
dando assim claro sinal de sua simpatia pelo antigo regime. De orientação
conservadora, defendia a monarquia recém-derrubada. O Jornal do
Brasil não seguia a mesma receita de outros veículos monarquistas
existentes, como o jornal A Tribuna, de Antônio de Medeiros, em
que Eduardo Prado escrevia seus virulentos ataques ao regime e aos militares,
o que causou sua depredação em 1890, resultando na morte
de um revisor e reação coletiva das demais publicações
em defesa da liberdade de imprensa. Rodolfo Dantas projeta um diário
mais voltado para luta ideológica, em que aborda os valores dos
monarquistas, uma alternativa aos órgãos republicanos. A
nova publicação surge no mercado da época, com um
grande lastro de capital investido denotando sua expectativa de longa
vida. Inova por sua estrutura empresarial, parque gráfico, pela
distribuição em carroças e a participação
de correspondentes estrangeiros, como Eça de Queirós. Ao
eleger a moderação como sua linha editorial, utiliza colaboradores
ilustres, mas sem nenhuma vinculação com ideais monárquicos
entre eles o escritor José Veríssimo, o filólogo
Manuel Said Ali e José Maria Paranhos da Silva Paranhos Júnior
(Rio Branco). A postura editorial neste primeiro momento, foi se engajar
as propostas da república, com atos que testavam os limites de
tolerância dos militares as críticas. O periódico
oscilou entre atitudes mais ou menos engajadas, testando os limites do
possível. Com o retorno de Joaquim Nabuco da Europa em junho de
1891, assume a chefia de redação, com posturas mais críticas
ao governo e ao regime. Publicou artigos denominados ”ilusões
republicanas”, apoia a Igreja Católica em suas divergências
com o Estado. A redação do jornal foi atacada em 16 de dezembro
de 1891, dias após a morte de D. Pedro, em Paris,
a 5 de dezembro, a multidão enfurecida grita ”Mata Nabuco!”.
Dois dias depois, Rodolfo Dantas e Joaquim Nabuco se afastaram da direção
e do país. Fica claro que se o espaço destinado à
oposição pela república com Deodoro da Fonseca era
pouco, com Floriano Peixoto bastante reduzido. O que salva o Jornal do
Brasil do empastelamento e fechamento era sua condição de
empresa sólida, com um grande lastro financeiro, que se torna sociedade
anônima e passa a ter um líder republicano Rui Barbosa como
seu redator-chefe, que manteve açulava deliberadamente a população
e até acirra o tom antiflorianista. Nesta fase inicial, o Barão
do Rio Branco (1845-1912) colaborou, em suas páginas, com as célebres
colunas Efemérides e Cartas de França. Por ter sido o único
periódico da então Capital a publicar o manifesto do Contra-Almirante
Custódio de Melo quando da eclosão da Segunda Revolta da
Armada (6 de setembro de 1893), o presidente da República, Floriano
Peixoto (1891-1894) determinou o fechamento do jornal e mandou caçar
Rui Barbosa, vivo ou morto, que teve que se exilar, primeiramente na Legação
do Chile. O Jornal do Brasil, no entanto, permanece fechado por um ano
e quarenta e cinco dias, só reabrindo em 15 de novembro de 1894,
coincidindo com a posse de Prudente de Morais. Tem início a nova
fase, caracterizada por uma mudança na linha editorial, tornando-se
menos político e assumindo a diretriz de ”legítimo
e natural representante [do povo]”, conforme palavras do edital
de reabertura.
Jornal do Brasil: Perfil Popular
A partir de 15 de novembro de 1894 voltou a circular, sob a direção
da família Mendes de Almeida. A opção pela data assinalava
o apoio à República, e a sua nova proposta editorial voltava-se
para as reivindicações populares. Depois de mais de um ano
fechado, o Jornal do Brasil retomou suas atividades não como mera
continuidade, mas como um verdadeiro recomeço. Com novos donos,
fez questão de marcar a mudança, a começar pela numeração,
que iniciou nova contagem: a edição de 15 de novembro de
1894 recebeu o número 1, ano 4. A data, aliás, era ao mesmo
tempo simbólica e prática. A linha editorial que passou
a prevalecer foi definida como de órgão ”defensor
dos pequenos e dos oprimidos”. O interessante é procurar
observar como o Jornal do Brasil exercitava essa função,
qual o conteúdo dessa opção pelo popular. Um produto
que ganharia notoriedade já se inaugurou naquele primeiro número:
a seção
”Queixas do povo”, cuja popularidade, segundo Eduardo Silva,
estava vinculada a duas características--serem gratuitas e acessíveis
mesmo a analfabetos, ”já que os interessados podiam queixar-se
pessoalmente na redação ou nas agências do jornal”.
Foi lançada a coluna ”Para os pobres” que surge no
noticiário, no início de 1895. O jornal intermedia reivindicações
entre os necessitados e os candidatos a filantropos. Também nessa
linha assistencialista, o Jornal do Brasil promovia sempre em dezembro
o ”Natal das crianças pobres”. Outra forma de expressar
o compromisso com as classes populares era a cobertura dos assuntos que
mais lhes interessava ou afetava a vida. É conhecida, por exemplo,
a importância que o Jornal do Brasil deu ao jogo do bicho ou a enorme
popularidade dos seus pequenos anúncios (classificados), que chegaram
a ser publicados na posição de honra,a primeira página.
Na seção policial, tradicional área jornalística
de atração popular, o Jornal do Brasil não só
mantinha extenso noticiário, como inovava na linguagem, adotando
um vocabulário mais próximo do das ruas, como por exemplo
em ”Na boca da botija” (6 de março de 1903), matéria
que relata a prisão de um gatuno espanhol, incorporando expressões
populares. Inovava também introduzindo uma estrutura novelesca
nas reportagens. Nas pequenas lutas populares, até mais do que
nas mais ruidosas (e politicamente sensíveis), o Jornal do Brasil
exercitava sua parceria com o povo. Assim se deu, por exemplo, na campanha
contra a alta no preço do pão (14 de dezembro de 1896),
na revolta popular contra o aumento de passagens (19 a 23 de junho de
1901), na publicação das listas de açougues que vendiam
carne mais barata (vários dias em outubro de 1901), na luta contra
a limitação de peso aos carrinhos de mão (6 de novembro
de 1901) ou no ”suplício da sede”, sobre a falta d’água
que castigava a população do Rio, enquanto a elite subia
para Petrópolis (23 e 30 de abril de 1903). O espírito paladino
do Jornal do Brasil se destaca entre as principais publicações
da época.
Conde Pereira Carneiro assume JB
Em 1900, vangloriava-se de ser o diário de maior tiragem da América
do Sul. Mas, a Primeira Guerra Mundial, iniciada em 1914, trouxe o encarecimento
do papel, matéria-prima do jornal, fez com que a crise financeira
se avolumasse. Em 1919, sem condições de resgatar a hipoteca
feita ao Conde Pereira Carneiro, o Jornal do Brasil
passa as suas mãos. É hora de mudar, com a chegada do Conde
Pereira Carneiro, o objetivo reencontrar as suas melhores tradições
sem se afastar da verdade. Campanhas de interesse público continuaram,
mas seriam conduzidas em linguagem elevada. Figuras de prestígio
nos meios intelectuais, como Anibal Freire e Barbosa Lima Sobrinho, que
escreveu por quase oitenta anos, tendo começado em 1921, vindo
de Pernambuco, aos 24 anos. Surge na história do Jornal do Brasil,
José Pires do Rio como diretor-tesoureiro e com a incumbência
de reorganizá-lo financeiramente. Com amplos poderes, Pires do
Rio desagrada Aníbal Freire. Para ele, o Jornal do Brasil deveria
ser um boletim de classificados - só assim conseguiria sair da
crise. Os fatos políticos passaram a ter menos destaque, assim
como as artes e a literatura. As primeiras páginas do jornal eram
inteiramente dedicadas aos anúncios. Com a chegada de Vargas ao
poder o jornal passa de moderado à conservador e não apoia
Intentona Comunista de 1935, simpatiza com a Lei de Segurança Nacional.
O golpe que instaura o Estado Novo em 1937, foi visto pelo jornal como
uma alternativa viável para a crise política, sendo adotado
uma relação de cordialidade com o governo e com sua política,
amplamente divulgadas por um aparato de propaganda de massas realizado
pelo Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP). Ainda no governo Vargas,
ocorre a Segunda Guerra Mundial e o Brasil participa junto com potências
aliadas.
Com o final da guerra e a derrota dos países do Eixo, o fim do
Estado Novo ocorre, há eleições gerais e a promulgação
da nova Constituição pela Assembléia Constituinte
de 1946. A sensação de se estar vivendo um novo tempo, de
mudanças e democracia, no Brasil e em todo o mundo, era uma realidade.
Durante o governo Dutra, o JB prosseguiu em sua trajetória de jornal
popular, mantendo o destaque dos anúncios classificados em suas
primeiras páginas. A década de 50 é dura para o JB,
o conde Pereira Carneiro falece em 1954, quem o substitui é sua
viúva, Maurina Dunshee de Abranches Pereira Carneiro, ”Condessa”.
Ela conta com a colaboração de seu genro, Manuel Francisco
do Nascimento Brito, que fizera um curso para editores na Universidade
de Columbia e estava à frente da Rádio Jornal do Brasil
desde 1949. Nascimento Brito, adquiriu novos equipamentos gráficos,
dotando o jornal de recursos técnicos necessários para sua
modernização. Em sintonia com esta nova realidade, a empresa
é reestruturada, dando início ao processo de mudança.
Reforma gráfica do Jornal do Brasil
Em junho de 1956 foi lançado o Suplemento Dominical do Jornal do
Brasil, criado pelo poeta Reynaldo Jardim, que alcançou grande
repercussão com o formato neoconcretista e seu conteúdo
inovador, envolvendo artes plásticas, literatura, ciência
e outros assuntos. É o embrião do futuro Caderno B, lançado
em setembro de 1960, que foi o primeiro caderno da imprensa brasileira
exclusivamente dedicado a variedades e passou a ser o modelo para os segundos
cadernos e cadernos culturais editados em todo o País desde então.
Em 1957, continuando a reformulação é convidado Odylo
Costa Filho, que trouxe com ele uma equipe de jovens jornalistas, que
trabalhavam no Diário Carioca e na Tribuna da Imprensa, da qual
faziam parte Jânio de Freitas, Carlos Lemos, Wilson Figueiredo e
Amílcar de Castro, entre outros, que imprimiram ao jornal um estilo
mais leve, com aumento do espaço do noticiário, número
de páginas, a opinião do jornal e o uso de fotos passaram
a ter grande destaque. No aspecto gráfico, Amílcar de Castro,
artista plástico mineiro, introduziu muitas inovações,
eliminando os fios, implantando a diagramação vertical e
valorizando os espaços brancos das páginas. Em junho de
1959, pela primeira vez, a primeira página do jornal saiu com os
classificados em L, concretizando a nova realidade do jornal. A reforma
editorial, gráfica e industrial foi a mais abrangente e importante
que um jornal experimentou em nosso país, tornando-se uma referência
e influenciando de forma decisiva o jornalismo brasileiro feito a partir
daí. Para Nascimento Brito, ’’um processo de modernização,
que terá sempre continuidade’’. Alberto Dines em maio
de 1961, passa a ser o editor-chefe, em substituição a Jânio
de Freitas e consolida reforma. Era um período riquíssimo
para o jornalismo e a cultura do país, em que firma sua posição
na imprensa carioca e nacional. Conquista uma nova dimensão como
formador de opinião e como parâmetro de modernização
editorial e gráfica.
O caderno B, espelho do comportamento da época, lançou e
acolheu nomes como Drummond, Clarice Lispector, Fernando Sabino, Henfil,
Ziraldo, Marina Colasanti, Carlos Leonam e Zózimo Barroso do Amaral,
entre outros, contando com colunistas do porte de Carlos Castello Branco,
João Saldanha, Armando Nogueira e Alceu de Amoroso Lima. Foi também
durante a gestão de Dines, de 1961 a 1973, uma das mais longas
do jornal, que se criou o Departamento de Pesquisa, que contribuía
com dados e análises, para situar os fatos em
seus contextos e facilitar a compreensão do leitor, cuja atuação
gerou o surgimento de inúmeros bancos de dados pelo país.
Nesta época surge o Caderno Especial, os Cadernos de Jornalismo
e Comunicação e o Festival JB de Curtametragem. Ocorre o
golpe militar de 1964, o JB mantém sua independência, apoia
medidas do novo governo que considera correta, mas combate situações
de arbítrio e repressão contra as liberdades democráticas.
Como represália por suas posições políticas,
convive com a censura prévia e censores na redação;
com a intimidação e a prisão de diretores e editores,
em pelo menos duas ocasiões; com a força, como na invasão
de sua sede em 1964 e com o boicote econômico por parte do governo,
o que causaria sérios prejuízos à empresa.
Nada, no entanto, o impediu de continuar a produzir bom jornalismo, ganhar
muitos prêmios, entre eles vários prêmios Essos e três
prêmios internacionais Maria Moors Cabot, para Nascimento Brito,
Alberto Dines e Carlos Castello Branco. Neste período, edita algumas
das páginas mais brilhantes e subversivas do período, como
as que anunciaram o AI-5, repleta de ironias e insinuações
e a queda de Allende, com forte impacto e beleza gráfica. Em 1973,
transfere sua sede para um novo prédio, na Avenida Brasil nº
500, projetado para abrigar todas as empresas do grupo e um possível
canal de televisão, que então constava dos planos da empresa,
num ponto estratégico para a logística de distribuição
do jornal. Foi um investimento de vulto que, por força das circunstâncias
que se sucederiam, teria influência nos destinos da empresa. Em
abril de 1976, publicou-se o primeiro número da Domingo, que alcançou
imediato sucesso editorial e repercutiu intensamente no meio jornalístico.
Ao longo do tempo, a publicação modernizou-se e abrigou
equipes sempre formadas por profissionais de primeira linha. Ainda em
1976, o governo do general Ernesto Geisel completava dois anos. O presidente,
adotava medidas centralizadoras e estatizantes na área econômica,
afetada pelo aumento dos preços do petróleo.
O JB discordava expressamente dos rumos impostos à economia, embora
reconhecesse os avanços ocorridos na caminhada rumo à democracia.
Naquele momento, o general Hugo Abreu, então chefe do Gabinete
Militar da Presidência da República, elaborou um relatório
confidencial, que foi divulgado por Elio Gaspari em 1991, no Informe JB,
denominado ’’Medidas contra o Jornal do Brasil’’.
Objetivo: reprimir ’’a sua ação contestadora
e subversiva
permanente’’. Entre as sugestões figuravam a suspensão
do crédito e publicidade oficiais. Recomendava-se que o governo
estadual participasse do esquema de pressões. Outras medidas incluíam
a liquidação sumária dos débitos da empresa
com entidades públicas, sem qualquer espécie de negociação;
pressões contra anunciantes do jornal, sob ameaça de corte
de crédito oficial; investigação fiscal e política
da empresa e de seus diretores; suspensão do credenciamento de
repórteres da empresa no Planalto, ministérios e órgãos
estaduais. Propunha, por fim, a censura a qualquer momento, mas preferencialmente
’’a apreensão do jornal depois de impresso, antes da
distribuição’’.
Em 1983, com o falecimento da condessa Pereira Carneiro, Manuel Francisco
do Nascimento Brito, que desempenhava havia anos funções
relevantes no comando da empresa, assumiu a presidência. A década
de 80 e a comunicação, em todos os seus segmentos, seriam
marcadas pela revolução tecnológica, com o surgimento
do PC, o computador pessoal, que trouxe a informática para o primeiro
plano da modernização das atividades humanas e das empresas
de comunicação.
A informatização da redação teria início
em 1986. Outros produtos de sucesso seriam lançados até
o final da década, como os cadernos Cidade e Idéias e a
revista Programa, que passou a circular às sextas-feiras. A década
de 90 foi marcada pelo agravamento da crise empresarial do Jornal do Brasil.
O cerco que começou nos anos 70, com os governos dos generais militares,
teve conseqüências dramáticas para a empresa. Paralelamente,
as Organizações Globo, apoiadas em redes de televisão,
rádios, revistas e jornais, pressionaram anunciantes para asfixiar
a empresa com o objetivo de excluí-la do mercado publicitário.
Conclusão
A linha editorial de jornal do povo, adotada pelo Jornal do Brasil, passou
a ganhar dinâmica própria e transformou o periódico
num espaço privilegiado para a divulgação, junto
à classe média urbana, de valores, imagens e elementos da
cultura popular do Rio de Janeiro, que seriam posteriormente absorvidos
em novas visões hegemônicas da cultura e da identidade brasileiras.
Sistematicamente mandava
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seus repórteres cobrir em profundidade eventos tais como a festa
da Penha e o carnaval. O Jornal do Brasil contribuiu para a formação
de uma geração de intelectuais profissionais simpatizantes
das manifestações culturais populares, e estes por sua vez
divulgaram-nas para um público mais diversificado, não só
através do jornal, mas de outros meios como o teatro, a literatura
e a música. Embora seja tradicionalmente segmentado para as classes
média e alta que se concentram na Zona Sul e conservadores da Zona
Norte do Rio de Janeiro, uma elite diminuta mas com altíssimo poder
de formação de opinião, a nível nacional.
Com a morte de Nascimento Brito, a situação se complica,
dívidas em excesso existem especialmente relativas aos impostos.
O prédio da avenida Brasil é entregue ao governo para amortização
de dívidas o parque gráfico desfeito, assim como a rede
Cidade de rádio, que faziam parte do grupo.
O empresário Nelson Tanure, através da Companhia Brasileira
de Multimídia, arrenda por sessenta anos, o Jornal do Brasil, a
Rádio JBFM (a rádio Am foi vendida no auge da crise para
a Legião da Boa Vontade e hoje atua com a denominação
de Rádio Brasil). Foi vendido também a Rede Cidade de Rádio
(hoje Rádio OI FM). Em 2005, o JB instalou-se na Casa do Bispo,
imóvel histórico e representativo do colonial luso-brasileiro,
datado do início do século XVII, que já serviu de
sede à Fundação Roberto Marinho.
A partir de 16 de Abril de 2006, o JB circula nas bancas no chamado ”formato
europeu”, um formato maior que o tablóide e menor que o convencional,
seguido por diversos jornais daquele continente.
Notas:
1 Sodré, Nelson Werneck. História da imprensa no Brasil.
2ª ed., Rio de Janeiro: Graal, 1977
2 LINS, Alvaro. Rio Branco (O Barão do Rio Branco): biografia pessoal
e história política. São Paulo: Editora Alfa- Omega,
1996.
3 FAUSTO, Bóris. História do Brasil. São Paulo: Edusp,
1995
4 SILVA, Eduardo, As queixas do povo. Rio de Janeiro. Paz e Terra, 1988
5PENNA, Lincoln de Abreu, República Brasileira. Editora Nova Fronteira,
Rio de Janeiro, 1999
6 BAHIA, J. Jornal, História e Técnica: história
da imprensa brasileira. SP, Ática, 1990
7 SILVA, Eduardo, As queixas do povo. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1988
8 LESSA, Washington Dias. Amílcar de Castro e a Reforma Gráfica
do Jornal do Brasil in: Dois Estudos de Comunicação Visual,
Rio de Janeiro: EDUFRJ, 1995
9 SOUZA, Pompeu de. “A Chegada do Lead no Brasil”. In Revista
da Comunicação. Ano 4, n.7, 1988.
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