expediente |
|
Érico Melo de Abreu
Jornalista, professor da Universidade Federal de Alagoas, Mestre
em Comunicação e Cultura
Resumo:
Vivemos uma época de grandes mudanças em todos os campos
da existência humana, fenômeno que alguns autores custumam
chamar de globalização. Uma revolução que
tem seu fundamento na velocidade provocada ou multiplicada pelas novas
tecnologias de comunicação. Neste texto, o autor analisa
o reflexo dessas mudanças nas teorias que sustentam a comunicação
no âmbito empresarial.
Palavras-chave: Comunicação Organizacional-Globalização
(1) Este texto, aqui atualizado e com algumas modificações,
compõe originalmente o terceiro capítulo da dissertação
de mestrado do autor Estratégias de Recepção
e Apropriação de Informações On-line.
Novo mundo
Estamos presenciando um período de grandes transformações
em todos os campos da existência humana. O nascimento de uma nova
era, fenômeno que alguns pesquisadores costumam chamar de era da
globalização ou da mundialização da economia.
Uma revolução que tem seu fundamento na velocidade provocada
ou multiplicada pelas novas tecnologias de comunicação,
desencadeando uma ruptura histórica que muda todo o cenário
político, econômico e social do planeta, alterando nossa
percepção da realidade e exigindo novos modelos e novos
conceitos em todos os campos do conhecimento.
”. É fascinante a época em que estamos vivendo. Achamo-nos
num período de transição de uma conjuntura histórica.
No mapa da terra tudo parecia definido, com o mundo bipolarizado ou então
dividido em três mundos, o primeiro, o segundo e o terceiro. Estava
tudo bem direitinho, tudo no seu lugar. De repente, isso não é
mais verdade. Mais do que não ser verdade, parece que foi uma fantasia,
uma grave fantasia para a humanidade. Hoje estamos sendo desafiados por
processos e estruturas que estão se desenvolvendo em escala mundial
e que são fortes. Eles dizem respeito à mundialização,
à globalização, à formação de
uma sociedade civil mundial.” (IANNI: 1999, p.13)
A rapidez com que o capital se desloca de um lugar para outro no mundo,
ignorando as distâncias e as fronteiras ideológicas, reinventa
uma nova temporalidade, moldando um tempo/espaço único e
universal.
Mas o conceito de globalização não deve ser entendido
apenas geograficamente, em relação ao território
do globo terrestre, mas sim no sentido da globalidade de uma ação,
ou seja, a sua realização simultânea em múltiplos
pontos do espaço. O fenômeno da globalização
não deve, portanto, ser compreendido unicamente como um fator de
aceleração e densificação das trocas entre
as diversas comunidades mas como uma dinâmica que submete essas
trocas a um mesmo princípio temporal/epistemológico. Isto
pressupõe uma total sincronicidade entre as várias cenas
do processo e sua moldagem num mesmo tempo único e universal.
”Anular o espaço pelo tempo, através dos meios de
comunicação e de transporte, é uma exigência
interna da organização capitalista do mundo. Para isto são
convocadas as mais diversas tecnologias, correspondentes às necessidades
das diferentes fases da expansão capitalista. Em todas elas, desenha-se
a ideologia desterritorializante dos livres fluxos mercantis, que procuram
acabar com as territorialidades culturais, com o enraizamento, com as
relações físicas e sagradas entre o indivíduo
e o seu espaço circundante. No projeto industrialista, o espaço
é apenas um dentre os muitos elementoss submetidos aos cálculos
racionalistas do capital” (SODRÉ: 1988, p.26)
Robert Kurz (Folha de São Paulo, 03/01/1999), explica que o sistema
capitalista em sua essência consistiu no desvinculamento da economia
de todo o contexto cultural e de toda necessidade existencial humana.
”Se o tempo é uma forma inscrita a priori na capacidade cognitiva
humana, não é menos verdade que a essa forma subjaz uma
mudança histórica e cultural”, afirma.
Essa mudança temporal/espacial, aprofundada com o surgimento da
internet, a mãe de todas as redes de comunicação
global, o advento da interação mediada vai afetar profundamente
as organizações, o mundo dos negócios e do trabalho,
seja elas empresas, no sentido clássico de visarem unicamente o
lucro, ou no seu sentido mais amplo, instituições civis
e militares governamentais ou não, alterando particularmente a
maneira como essas organizações se comunicam com os variados
públicos com os quais de relacionam.
Nova empresa
Na verdade, não sabemos ainda que configuração as
organizações do futuro terão. Podemos, entretanto,
registrar, descrever as mudanças e transformações
que afetam as organizações de hoje, seja com a introdução
de novas e diferentes tecnologias, seja alterando o comportamento das
pessoas, seja mudando seus processos internos. No decorrer do século
XX, explica Chiavenato, as organizações passaram por três
fases distintas: a Era da Industrialização Clássica,
a Industrialização Neoclássica e a Era da Informação.
A Era da Industrialização Clássica, período
de 1900 a 1950, representa um período de meio século de
intensificação do fenômeno da industrialização,
que se iniciou com a Revolução Industrial. Nesse período,
a estrutura organizacional típica caracterizou-se pelo formato
piramidal e centralizador, departamentalização funcional,
modelo burocrático, centralização das decisões
no topo, estabelecimento de regras e regulamentos internos para disciplinar
e padronizar o comportamento dos participantes. A cultura organizacional
era predominante voltada para o passado e para a conservação
das tradições e valores tradicionais ao longo do tempo.
As pessoas eram consideradas recursos de produção, juntamente
com máquinas, equipamentos e capital, dentro da concepção
dos três fatores tradicionais de produção: natureza,
capital e trabalho. Por essa concepção, a administração
de pessoas era chamada Relações Industriais. ( CHIAVENATO:
Ibid,p. 27)
A Era da Industrialização Neoclássica, que durou
de 1950 a 1990, teve seu início com o final da Segunda Guerra Mundial,
quando o mundo começou a mudar mais intensamente. A velocidade
das mudanças começou a aumentar. As transações
comerciais e financeiras passaram da amplitude local para a regional,
da regional para a internacional e tornaram-se gradativamente mais intensas.
A competição entre as empresas ficou mais acentuada. O velho
modelo burocrático e funcional, centralizador e piramidal, utilizado
para formatar as estruturas organizacionais, se tornou inflexível
e vagaroso demais para acompanhar as mudanças que ocorriam no ambiente.
”As organizações tentaram novos modelos de estrutura
que pudessem proporcionar-lhes mais inovação e melhor ajustamento
às novas condições. Surgiu a estrutura matricial
como uma espécie de quebra-galho para tentar consertar e reavivar
a velha e tradicional organização funcional. Com a abordagem
matricial, adicionou-se à organização funcional um
esquema lateral de departamentalização por produtos/serviços
para agilizar e funcionar como um turbo capaz de proporcionar uma estrutura
com características de inovação e dinamismo e alcançar
maior competitividade. De fato, a organização matricial
promoveu uma melhor necessária na arquitetura mas não o
suficiente, pois não removia o emperramento da estrutura funcional”.
(CHIAVENATO: Ibid, p.27)
Nesse novo ambiente, a cultura organizacional deixou de privilegiar as
tradições e passou a concentrar-se no presente, enquanto
o conservantismo dava lugar à inovação. As pessoas
passaram a ser administradas como ”recursos humanos”. Ao mesmo
tempo, a tecnologia passou por intenso desenvolvimento e começou
a influenciar poderosamente a vida nas organizações e as
pessoas que delas participavam. O mundo continuava mudando, só
que agora a uma velocidade bem maior. Chegamos então ao que Chiavenato
chama de Era da Informação, que teve seu início ao
redor de 1990 e que seria a época que estamos vivendo hoje. Sua
característica principal são as mudanças, que se
tornaram rápidas, imprevistas, inesperadas. O grande arauto dessa
era foi Peter Drucker, que anteviu essa poderosa transformação
mundial ao escrever Uma era da descontinuidade: administrando em tempos
de grandes mudanças (1995) e Sociedade pós-capitalista (1993).
As novas tecnologias, principalmente o microcomputador e a sua utilização
em rede, trouxe desdobramentos completamente imprevistos e transformou
o mundo numa aldeia global.
”A informação passou a cruzar o planeta em milésimos
de segundo. A tecnologia da informação provocou o surgimento
da globalização da economia: a economia internacional transformou-se
em economia mundial e global. A competitividade tornou-se intensa entre
as organizações. O mercado de capitais passou a migrar volatilmente
de um continente para outro em segundos, à procura de novas oportunidades
de investimentos, ainda que transitórias. A estrutura organizacional
em matriz tornou-se insuficiente para dotar as organizações
de agilidade, mobilidade, inovação e mudança necessárias
para suportar as novas ameaças e oportunidades dentro de uma ambiente
de intensa mudança e turbulência.” (CHIAVENATO: Ibid,
p. 28)
Os processos organizacionais tornaram-se mais importantes que os órgãos
que constituem a organização. Os órgãos tornaram-se
provisórios, os cargos e funções passaram a ser constantemente
definidos e redefinidos em razão das mudanças no ambiente
e na tecnologia, os produtos e serviços passaram a ser continuamente
reajustados às demandas e necessidades dos clientes, agora dotados
de hábitos mutáveis e exigentes. O emprego começou
a migrar do setor industrial para o setor de serviços, o trabalho
manual substituído pelo trabalho mental, de criação,
indicando o caminho para uma era da pós-industrialização
fundamentada no conhecimento. A administração de Recursos
Humanos foi substituída pela Gestão de Pessoas. A cultura
organizacional sofreu forte impacto do mundo exterior e passou a privilegiar
a mudança e a inovação voltadas para o futuro e para
o destino da organização. ”As mudanças passaram
a ser rápidas, velozes, sem continuidade com o passado, trazendo
um contexto ambiental de turbulência e de imprevisibilidade”
(p.29)
Nova Comunicação Todas essas mudanças têm alterado
também conceitos e paradigmas na forma como as organizações
comunicam-se com os seus públicos estratégicos. Primeiro
porque nessa Era da Informação, assim como o resto da sociedade,
as organizações começam a se estruturar e a atuar
em rede. Embora a forma de organização social em redes tenha
existido em outros tempos e espaços, segundo Castells (1999, p.497)
o novo paradigma da tecnologia da informação fornece a base
material para sua expansão penetrante em toda a estrutura social.
Como rede, Castells define:
”um conjunto de nós interconectados. Nó é
o ponto no qual uma curva se entrecorta. Concretamente, o que um nó
é depende do tipo de redes concretas de que falamos. São
mercados de bolsas de valores e suas centrais de serviços auxiliares
avançados na rede dos fluxos financeiros globais. São conselhos
nacionais de ministros e comissários europeus da rede pública
que governa a União européia. São campos de coca
e de papoula, laboratórios clandestinos, pistas de aterrisagem
secretas, gangues de ruas e instituições financeiras para
lavagem de dinheiro, na rede de tráfico de drogas que invade as
economias, sociedades e estados no mundo inteiro. São sistemas
de televisão, estúdios de entretenimento, meios de comunicação
gráfica, equipes para cobertura jornalística e equipamentos
móveis gerando, transmitindo e recebendo sinais da rede global
da nova mídia no âmago da expressão cultural e da
opinião pública, na era da informação”
(1999, pp.498-499
Redes seriam portando estruturas abertas, capazes de expandir de forma
quase ilimitada, integrando novos nós desde que consigam comunicar-se
dentro da rede, ou seja, desde que compartilhem os mesmos códigos
de comunicação. Para Castells, uma estrutura social com
base em redes é um sistema aberto altamente dinâmico suscetível
de inovação sem ameaças ao seu equilíbrio.
”Redes são instrumentos apropriados para a economia capitalista
baseada na inovação, globalização e concentração
descentralizada; para o trabalho, trabalhadores e empresas voltadas para
a flexibilidade e adaptabilidade; para uma cultura de desconstrução
e reconstrução contínuas; para uma política
destinada ao processamento instantâneo de novos valores e humores
públicos; e para uma organização social que vise
a suplantação do espaço e invalidação
do tempo.” (Ibid, pp. 498-499).
Nesse novo cenário, a comunicação passa assim a ser
considerada imprescindível para a obtenção de resultados
em todos os processos da gestão empresarial. É o que afirma
Margarida Kunsch:
”Aquela comunicação tradicional, excessivamente fragmentada,
centrada quase que exclusivamente na assessoria de imprensa ou demais
voltada para as relações com o governo, se transforma e
se amplia. Hoje há uma preocupação muito grande com
a comunicação interna. Está provado que, se o colaborador-empregado
não for conscientizado de que é agente importante do processo
de comunicação, como gestor e facilitador, a empresa não
conseguirá cumprir sua missão e atingir suas metas.”
(1999, p.50)
Nesse sentido, Margarida, na obra citada, defende a necessidade de uma
comunicação integrada, global, atuando de forma sinérgica,
reunindo em parceria as áreas de comunicação institucional
e mercadológica.
O que percebemos, no bojo dessas transformações e das propostas
de ”acompanhamento” pela Comunicação Organizacional
é a permanência da visão sistêmica da sociedade
e das suas instituições, estando a Comunicação,
especificamente, ainda embebida no conhecimento herdado dos primeiros
estudos funcionais e positivistas.
Velhas teorias
Antigas e modernas escolas de Administração ainda têm
como fundamento teórico básico a Teoria Geral dos Sistemas.
Essa teoria explica que um sistema pode ser definido como ”um conjunto
de objetos ou entidades que se inter-relacionam mutuamente para formar
um todo único. Uma das distinções mais comuns é
a que se estabelece entre sistemas fechados e abertos” (Littlejohn:
1982, pp.41-42). Um sistema fechado é aquele que não permite
intercâmbio com o meio externo. Está condenado ao caos interno,
à desintegração e à morte. Este tipo de modelo
não existe na natureza e aplica-se aos sistemas físicos,
que não possuem qualidades de sustentação vital.
Um sistema aberto é aquele que troca matéria e ou energia
com o seu meio ambiente. A Teoria Geral dos Sistemas trata de sistemas
desde essa perspectiva aberta.
Entende-se, dentro dessa teoria, que a organização é
um sistema de atividades conscientemente coordenadas de duas ou mais pessoas.
(Bernard:1971, p. 12) Que a cooperação entre elas é
essencial para a existência da organização. Segundo
Idalberto Chiavenato, ”Uma organização somente existe
quando: 1) há pessoas capazes de se comunicar; 2) estão
dispostas a contribuir com ação conjunta; 3) a fim de alcançarem
um objetivo comum”. (1997, p.23). Para Chiavenato, as organizações
são sistemas complexos e altamente diferenciados: indústrias,
empresas comerciais, empresas de serviços, universidades, hospitais,
penitenciárias, clubes esportivos, igrejas, exércitos e
polícias, organizações políticas etc.
Gaudêncio Torquato, um dos pioneiros no estudo da Comunicação
Empresarial ou Organizacional no Brasil, explica que a empresa é
um sistema aberto que reúne capital, trabalho, normas, políticas
e natureza técnica. ”Uma empresa não apenas objetiva
gerar bens econômicos, para uma relação de troca entre
produtor e consumidor,
mas procura também desempenhar papel significativo no tecido social,
missão que deve cumprir qualquer que seja o contexto político”.
(1986, p.13). Ainda segundo Torquato, há muito a empresa moderna
está se apoiando na Teoria de Sistemas.
”Se entendemos por organização o ordenamento, a disposição
das partes que compõem um todo, ou, no dizer de Talcott Parsons,
a unidade social direcionada à consecução de metas
específicas, vamos constatar na extensão do conceito os
fundamentos dos princípios sistêmicos. A Teoria de Sistemas,
por sua vez, impregna-se do conceito de organização, na
medida em que um sistema é um todo organizado, constituindo-se
na possibilidade técnica e operacional de integração
de partes, intercambiadas e interdependentes.(...) Como sistema, a empresa
possui limites definidos, de um lado, pelos componentes administrativos
necessários à geração de bens e serviços,
de outro, recebe influências do meio ambiente, podendo-se aduzir,
por inferência, que uma empresa não é apenas resultante
de componentes concretos do microssistema organizacional, mas é
conseqüência de forças, pressões, recursos e
situações, nem sempre fáceis de detectar, presentes
no corpo social. Quando se organiza, pois, uma empresa, na verdade, o
que está-se organizando são seus circuitos internos e externos,
ajustando-os e promovendo seu intercâmbio com outros sistemas”
( TORQUATO:1986, pp. 14-15)
A visão sistêmica coloca como fundamento das empresas a cooperação.
As partes devem se articular e trabalhar em benefício do todo.
São qualidades essenciais nessa visão a hierarquia - todos
os sistemas complexos consistem em certo número de subsistemas.
Portanto, o sistema é uma série de níveis de crescente
complexidade (Littlejohn: 1982, p.44) e legitimidade. Etzioni, citado
por Torquato (1986, p.15) estuda a legitimidade das organizações
face a três tipos de poderes: remunerativo, normativo e coercitivo.
A partir desse quadro, podemos examinar a empresa sob os prismas psicológico,
sociológico e antropológico, bases fundamentais para a análise
da questão da comunicação.
”Etzioni, apesar de observar o crescente papel da comunicação
na vida das organizações, fixa-se num modelo rígido,
que denota diferenças organizacionais, baseadas no tipo de poder.
O poder remunerativo, que legitima a organização pela remuneração
pecuniária, o poder normativo, que cria a legitimação
pela obediência à norma e o poder coercitivo, responsável
pelas coerções e castigos.” (TORQUATO:1986, p.15)
A comunicação como um subsistema da organização
A comunicação, pela perspectiva sistêmica, é
vista como um sistema aberto, semelhante à empresa, organizada
por seus elementos - fonte, codificador, canal, mensagem, decodificador,
receptor, ingredientes que vitalizam o processo. ”Processo que se
divide em duas etapas, a primeira, de transmissão da mensagem;
a segunda, de recuperação” (Toquato: 1986, p.15).
Embora adotando claramente o modelo matemático-cibernético
de N. Wiener, Torquato, já naquele momento, identificava outros
elementos na formação do processo comunicacional: os ”condicionantes
sociológicos e antropológicos”, que envolvem as fontes,
os codificadores, os decodificadores, os receptores. ”São
esses fatores que estão à disposição das organizações
para o ordenamento e cumprimento de metas e objetivos”. (p.15) Juarez
Bahia, in Introdução à Comunicação
Empresarial, uma obra bem mais recente que as que citamos, apresenta uma
visão sistêmica ainda mais esquemática e simplificada
do processo comunicacional nas empresas. ”A representação
(...) da comunicação pressupõe emissor ou fonte,
mensagem e receptor ou alvo (1995, p. 25)”.
Todo sistema persegue o equilíbrio entre as partes que o formam,
assim são as organizações. Essa integração
é conseguida pelo processo comunicacional que aparece como uma
”energia” que perpassa os componentes do sistema, promovendo
seu encadeamento e produzindo sinergia e vitalidade.
”O uso sinergético da comunicação, além
de melhorar as condições dos atos comunicativos, clarifica
os canais,
estabelece eficientes sistemas de coordenação, gera respostas
mais imediatas e reduz substancialmente os custos dos programas. Mas,
o que significa sinergia? Vamos buscar os ensinamentos de H. Igor Ansoff
e tirar a conclusão de que por sinergia deve-se entender um desempenho
combinado superior à soma das partes envolvidas no processo”.
(TORQUATO: Ibid, p.41)
A eficiência é outro conceito presente na concepção
sistêmica da Comunicação Empresarial. Segundo Torquato,
“Há sempre algum investimento quando acontece um ato comunicativo.
A economia da comunicação, portanto, é parte do problema.
Para entender-se melhor a situação, pode-se dizer que a
eficiência da comunicação se mede pelo relacionamento
entre a eficácia obtida e os custos necessários para sua
obtenção: eficiência = eficácia/gasto. Essa
medida de eficiência pode ser avaliada em termos de mensagem (todas
as condições do ato comunicativo), de canal (análise
de seu custo mínimo e adequação), meios físicos
e conômicos” (Ibid, p.40)
Com a objetividade e a busca de resultados mensuráveis colocados
no centro da moderna administração, quem trabalha com Comunicação
Organizacional tem sido pressionado a apresentar resultados, objetivamente
mostrar ou demonstrar os efeitos do seu trabalho. Em três áreas
a comunicação pode ”agregar valor”: aumentando
a produtividade dos empregados; posicionando a organização
(sua marca ou marcas) de maneira efetiva com os públicos externos;
e vendendo produtos ou serviços. Nem sempre essa medição
tem sido fácil, sendo fonte de conflitos entre os profissionais
da comunicação e os gerentes de outros recursos mais ”palpáveis”.
Tradicionalmente o pessoal da Comunicação tem se limitado
a produzir relatórios de atividades voltadas para metas, ou medições
de mídia espontânea e algumas análises de feedback.
Para responder àquelas questões: como você sabe que
o que faz funciona? como justificar as despesas que você está
propondo?, os comunicadores têm buscado trabalhar com planejamento
e com pesquisas, com ênfase naquelas chamadas qualitativas. Essa
tendência, entretanto, é mais percebida quando tratamos da
publicidade, onde se gasta muito dinheiro e a pressão por resultados
é maior. São, geralmente, estudos de avaliação
do impacto das mensagens sobre os públicos. As atividades da chamada
comunicação institucional são raramente avaliadas,
exceto, como já dissemos, por pesquisas ocasionais de legibilidade,
índices de leitura ou retorno de releases na mídia. Voltando
à Teoria dos Sistemas, Torquato identifica três grandes subsistemas
no interior das empresas: 1) O sistema sócio-político, onde
se inserem os valores globais e as políticas do meio ambiente;
2) o sistema econômico-industrial, onde se inserem os padrões
da competição, as leis de mercado, a oferta e a procura;
e 3) o sistema inerente ao microclima interno das organizações,
onde estão estabelecidas as normas e políticas necessárias
às operações empresariais. ”Trazendo informações
desses três sistemas ou enviando informações para
eles, o processo comunicacional estrutura as convenientes ligações
entre o microssistema interno e o macrossistema social, estuda a concorrência,
analisa as pressões do meio ambiente, gerando as condições
para o aperfeiçoamento organizacional.” (p.16)
Nessa mesma obra, Torquato faz um passeio crítico pelas teorias
de enfoque funcionalista, sistêmico e estruturalista, destacando
o ”modelo de agulha hipodérmica”, de Katz e Lazarsfeld
(a mensagem seria aplicada através dos meios, que seriam a agulha,
diretamente sobre cada componente da massa), a teoria do ”fluxo
em duas etapas” (two-step flow), e a teoria da ”exposição
seletiva” (as pessoas tendem sempre a evitar, de algum modo, a existência
de incoerência em sua estrutura de pensamento).
Embora reconheça no modelo de Comunicação Empresarial
perspectivas sociológicas e antropológicas, destacando a
cultura organizacional como elemento determinante para o sucesso, e aponte
para o caráter multidisciplinar dos estudos da comunicação,
Torquato não escapa da visão sistêmica, concluindo
que:
“...Como técnica, a comunicação direciona naturalmente
seus estudos para a procura de mensagens adequadas, corretas, oportunas,
claras, concisas, precisas, que possam ser assimiladas sem ruídos
pelos participantes organizacionais. Para atingir tal meta, a comunicação
procurará ajustar seu discurso, estudando as habilidades e disposições
das fontes e receptores, a natureza técnica dos canais, a complexidade
e/ou simplicidade dos conteúdos, a oportunidade e regularidade
dos fluxos, o tamanho dos grupos” (pp. 16-17)
Essas transformações têm provocado uma crise na área
da disciplina chamada no Brasil de Relações Públicas,
responsável, no âmbito das organizações, pelo
menos dentro de sua concepção teórica, pela Comunicação
Organizacional. Cabe, portanto, neste momento do nosso trabalho tratar
um pouco dessa crise, além de esclarecer alguns dos conceitos com
os quais pretendemos nos relacionar.
Comunicação Organizacional ou Empresarial?
No Brasil e também em vários outros países, Comunicação
Empresarial ou Comunicação Organizacional são nomes
usados indistintamente para designar o trabalho de comunicação
realizado nas organizações em geral. Segundo Margarida Kunsch,
o termo Comunicação Empresarial é empregado com maior
freqüência no Brasil, na França, na Espanha e em Portugal.
”Nos Estados Unidos, a expressão Comunicação
Organizacional é mais usada para designar a comunicação
interna, cabendo à área de relações públicas
a comunicação externa”. (Kunsch: 1997, p.68) Margarida
afirma ainda que na América Latina muitos países estão
adotando o termo Comunicação Organizacional em substituição
ao de Relações Públicas.
Gerald Goldhaber, um autor cujos estudos são considerados clássicos,
em seu livro Comunicação Organizacional (p.32), citado por
Margarida Kunsch (1997:Ibid.,p.68), assim define a comunicação
organizacional:
”... é considerada como um processo dinâmico por
meio do qual as organizações se relacionam com o meio ambiente
e por meio do qual as subpartes da organização se conectam
entre si. Por conseguinte, a comunicação organizacional
por ser vista como o fluxo de mensagens dentro de uma rede de relações
interdependentes”
Gary Kreeps, outro autor clássico, in Organizational communication,
(pp. 11,12 e 21) também citado por Margarida (1997:Ibid, p. 68),
a define como:
”(...) o processo pelo qual membros conseguem informações
pertinentes sobre sua organização e mudanças que
nela ocorrem. A comunicação ajuda os membros da organização,
tornando-os capazes de discutirem experiências organizacionais críticas
e desenvolverem informações relevantes que desmitificam
atividades organizacionais e mudança organizacional.”
Para Margarida Kunsch, essas duas concepções concentram-se
nos aspectos de relacionamento interno com o meio ambiente, não
expressando a visão mais ampla que temos no Brasil de um envolvimento
de áreas. A proposta de Margarida é que se adote no Brasil
a expressão Comunicação Organizacional, ”que
além de abranger todo o espectro das atividades comunicacionais,
apresenta maior amplitude, aplicando-se a qualquer tipo de organização
e não só àquilo que se chama ´empresa´
” (Ibid, 69)
Ao fazer um apanhado da produção científica em Comunicação
Organizacional, Margarida registra ainda que os estudos sobre a área
evoluíram de aspectos de comunicação administrativa,
envolvendo o processo, os fluxos, as redes - formal e informal - e os
meios, para uma visão muito mais ampla, compreendendo o clima e
a cultura organizacional e a vinculação com a comunicação
externa, afirmando que a comunicação organizacional no Brasil,
no que diz respeito à produção acadêmica já
realizada ”...é muito repetitiva, com exceção
de alguns poucos trabalhos inovadores que representam um avanço
qualitativo” (Ibid. p.71). Em busca de uma teoria da Comunicação
Empresarial ou Organizacional, entendemos que trata-se esta da aplicação
prática dos conceitos teóricos desenvolvidos no campo da
Comunicação, não constituindo, assim um campo teórico
específico e independente. A Comunicação Organizacional
seria então um aspecto da teoria da Comunicação que
estuda a aplicação dos conhecimentos comunicacionais ao
ambiente das organizações. Seria a interface ou o local
de encontro das teorias da Comunicação com as teorias da
Administração, da gestão das organizações.
Outros conceitos importantes
Para entendimento da aplicação da Comunicação
nas organizações, precisamos rever alguns conceitos utilizados
nessa área. Boa parte das empresas brasileiras organizam sua comunicação
em duas áreas distintas: a Comunicação Institucional
e a Comunicação Mercadológica que, como já
indicam os nomes, tratam, respectivamente, da comunicação
que diz respeito aos aspectos institucionais (imagem, valores, cultura,
relações com a imprensa e outros públicos considerados
estratégicos, ações de interesse da comunidade etc.,
), e da comunicação com o mercado (onde se inclui a publicidade
e a promoção de produtos e serviços). A comunicação
com os funcionários, geralmente denominada Comunicação
Interna, ora fica separada, como setor distinto, ora aparece nos organogramas
como integrada à comunicação institucional.
Outro conceito que consideramos relevante para compreensão dessa
área é o de ”público”, que o Dicionário
de Comunicação, de Rabaça e Gustavo Barbosa, define
como ”conjunto de indivíduos cujos interesses comuns são
atingidos pelas ações de uma organização,
instituição ou empresa, e cujos atos afetam direta ou indiretamente
os interesses da organização”. (1978, p.382) Fábio
França (1997) fez uma revisão do conceito de públicos.
Nesse trabalho, além de relacionar a opinião de vários
autores consagrados sobre esse conceito, inclusive sobre a tradicional
divisão em público interno e público externo, França
clarifica essas definições, por ele consideradas como gerais:
Público interno - são as pessoas físicas que prestam
serviços de natureza não eventual a uma empresa, sob a dependência
dela e mediante o recebimento de salário. Esta definição
tem como fundamento a legislação trabalhista brasileira,
CLT que assim define os empregados de uma empresa em seu artigo 2. Público
externo - são todas as pessoas que atuam fora da empresa, podendo
ter maior ou menor participação na rede complexa de seus
relacionamentos e de suas atividades. Fábio redefine o conceito
de público propondo uma nova classificação, com base
em dois critérios: primeiro, o grau de dependência da organização
de seus públicos para sua constituição, existência
e permanência no mercado; e segundo, a maior ou menor participação
dos públicos nos negócios da empresa. Com essa proposta,
os públicos ficam classificados como: públicos essenciais
- que se subdividem em constitutivos e não constitutivos ou de
sustentação, com seus subgrupos primários e secundários;
públicos não essenciais - que se subdividem em especiais,
setoriais, sindicais e comunitários; públicos concorrentes
- cuja natureza será definida pelo grau maior ou menor de inter-relação
positiva na qualidade de parceiros ou negativa na qualidade de adversários;
e públicos internacionais, considerados hoje como dos mais importantes
quando a organização mantém relações
globalizadas, realizando negócios internacionais ou quando pesquisam
a existência de possíveis concorrentes no exterior que possam
vir afetá-la (FRANÇA: 1997, p.146).
Entendemos que a classificação apurada do conceito de público
é relevante para a definição de políticas
de comunicação dirigidas a esses públicos. Neste
estudo, entretanto, nos basta a classificação geral.
Jornalismo Empresarial é outro conceito que temos que considerar
neste texto. Este nomeia as atividades, ou as técnicas, de publicação
de revistas, jornais e boletins, news letters e, mais recentemente, veículos
eletrônicos como televisão, vídeo, sites na internet
ou intranet e publicações eletrônicas internas ou
externas, além de manuais, relatórios, folhetos, folders,
comunicados, apostilas etc. Francisco Torquato (1984, p.42) divide essas
publicações em dois grupos, separando as que incorporam
características jornalísticas, como jornais, revistas etc.,
e as que, por sua natureza, fogem a esse padrão, como os folders,
os manuais etc. Não seriam estes últimos, portanto, considerados
canais do jornalismo empresarial. As características jornalísticas
de que trata Torquato, seriam aquelas básicas, como atualidade,
periodicidade, caráter informativo/noticioso, informação
colhida e tratada conforme o padrão e os gêneros clássicos
do jornalismo. Ainda segundo Torquato, ”o jornalismo empresarial
deve ser concebido e analisado como proposta especializada da atividade
jornalística e não como função menor ou comparativamente
menos importante que a função da grande imprensa”
(1984, p.12). Para diferenciar a comunicação organizacional,
que trabalha com o conceito de públicos, da comunicação
de massa, criou-se o conceito de Comunicação Dirigida. O
público da comunicação de massa seria, no entendimento
sociológico do termo, destituído de características
de uma sociedade ou comunidade. ”Não possuindo organização
social, costumes, tradição, um corpo estabelecido de regras
ou rituais, um conjunto organizado de sentimentos, nem de qualquer estrutura
de status-
papéis ou liderança institucionalizadas” (TORQUATO:
ibid, p.19). Os avanços nos estudos da Comunicação
puseram em dúvida e invalidaram esse conceito, hoje não
mais aceito, pelo menos nessa forma de entendimento inicial. Basta, entretanto,
para o nosso trabalho, a síntese de que as mensagens dos meios
de comunicação de massa (jornal, TV e rádio) seriam
dirigidas para uma audiência relativamente grande, heterogênea
e anônima, enquanto a comunicação dirigida trataria
de públicos pequenos, mais ou menos homogêneos e identificados,
dotados de valores e de uma cultura, nesse nosso caso, a cultura da organização
à qual pertence.
O problema da recepção
Ao transportarmos as preocupações das pesquisas atuais dos
chamados Estudos da Recepção para o universo da Comunicação
Organizacional, percebemos que essas preocupações ainda
não sensibilizaram esse universo. Embora tenha como elementos de
sua lógica a eficiência e a eficácia na aplicação
de recursos para obtenção de resultados, o mundo organizacional
ainda não despertou para o desperdício de esforços
jogados fora pela crença nos modelos tradicionais que adotam em
suas políticas de comunicação.
Predomina, ainda, no âmbito das organizações, a visão
do receptor passivo, objeto da ação dos meios, quando muito,
”influenciado” pelo ambiente externo. O campo produtor da
mensagem acredita numa resposta simétrica, talvez com alguns ruídos,
talvez ”prejudicada” por elementos estranhos ao mundo limpo
dos sistemas. A quem elabora as políticas de comunicação
das empresas não interessa, ou interessa muito pouco, o que seus
públicos fazem com suas mensagens. Quando muito, realizam pesquisas
para detectar dificuldades de acesso às mensagens, ignorando a
questão do acesso ou da construção do sentido. Os
questionamentos levantados pelo mundo acadêmico na área da
recepção ainda não contaminaram o campo dos negócios.
Segundo Margarida Kunsch, apesar de os estudos da comunicação
organizacional terem evoluído persiste o descompasso entre a mundo
acadêmico e o mundo das organizações:
”Se fizermos uma comparação entre o desenvolvimento
da comunicação organizacional no mercado ou na área
de
negócios e a produção científica (livros,
teses dissertações), concluiremos que a defasagem é
grande. As universidades brasileiras e, principalmente, as escolas de
comunicação não souberam enxergar a importância
e a necessidade de propiciar oportunidades para que os cursos de pós-graduação
se voltassem para essa área. Talvez a vigência do regime
autoritário, por longos 21 anos, tenha sido uma das causas. Além
disso, tocar nesse assunto significava, nos meios acadêmicos, beneficiar
o capitalismo empresarial.” (Ibid, p.69)
Esse descompasso talvez ganhe novos contornos pelas exigências
do mercado globalizado. Com as novas tecnologias de multimidiáticas
e interativas, com a estruturação das organizações
em redes, com os recursos humanos privilegiando a inovação
e o conhecimento, a visão sistêmica parece que caminha para
um esgotamento dentro do campo organizacional. Os velhos modelos já
não atendem às necessidades das organizações
no ambiente onde a informação passa a ser a mercadoria mais
cobiçada, o diferencial que pode determinar a morte ou sobrevivência
de uma organização.
Trazer um novo modo de estudar a comunicação para o ambiente
empresarial talvez ajude as organizações a compreender melhor
o fracasso e o sucesso de seus programas de comunicação.
A visão de que o processo comunicacional é complexo e que,
como no campo dos negócios, pode-se minimizar as incertezas - e
esse parece ser o objetivo da Ciência - mas não se pode eliminá-las.
Dentro dos chamados Estudos da Recepção, ou avançando
para além deles, concluímos enfatizando a importância
de se pensar os meios de comunicação na relação
com os seus contextos sociais práticos nos quais os indivíduos
produzem e recebem as formas simbólicas mediadas. ”O esquecimento
destes contextos sociais é uma tendência que pode ser encontrada
ao longo da história das reflexões teóricas e das
análises práticas sobre a mídia” (THOMPSON:
1998, p.41)
Referências bibliográficas:
CHIAVENATO, Idalberto. Recursos Humanos. São Paulo, SP: Atlas,
1997.643p.
CASTELLS, Manuel. A era da informação: economia, sociedade
e cultura - Vol 1 - A Sociedade em Rede. São Paulo, SP: Paz e Terra,
1999. 617p.
FRANÇA, Fábio. Comunicação institucional na
era da qualidade total. São Paulo,SP: ECA-USP, 1997. Dissertação
(Mestrado em Comunicação).
IANNI, Otávio. A Era da Globalização. In: Dines,
Alberto (Org.) Estado, Mercado e Interesse Público: a comunicação
e os discursos organizacionais. Brasília,DF: Banco do Brasil, 1999,
134p.
KUNSC, Margarida Maria K. Planejamento de Relações Públicas
na Comunicação Integrada. São Paulo, SP: Summus,
1986. 175p.
_______________________. Relações Públicas e Modernidade:
novos paradigmas na comunicação organizacional. São
Paulo, SP: Summus, 1997. 159p.
LITTLEJOHN, Stephen W. Fundamentos teóricos da comunicação
humana. Rio de Janeiro,RJ: Zahar Editores, 1982. 407p.
SODRÉ, Muniz. Reinventando a Cultura: a comunicação
e seus produtos. Petrópolis,RJ: Vozes, 1996. 180p.
_____________. Notas sobre o campo comunicacional. Disponível na
internet via HTTP://home.ismet.com.br/~lacar/TextoMuniz.htm. Consultado
em 31.05.2001.
THOMPSON, John B. A mídia e a modernidade: uma teoria social da
mídia. Petrópolis, RJ: Vozes, 1998. 264p.
TORQUATO, Francisco Gaudêncio. Jornalismo empresarial: teoria e
prática. SãoPaulo,SP: Summus, 1984. 191p.
__________________________. Comunicação Empresarial/Comunicação
Institucional: conceitos, estratégias, sistemas, estruturas, planejamento
e técnicas. São Paulo,SP: Summus, 1986. 182p.
|